A coerência não é valorizada na política. Especialmente na brasileira. Marcada pelo fisiologismo onde adversários ferrenhos se tornam melhores amigos visando a próxima eleição, manter o mínimo de lógica em poucos meses se torna uma virtude.
Este é o caso das votações contra Dilma Rousseff (impeachment), Eduardo Cunha (cassação do mandato) e Michel Temer (abertura da investigação, duas vezes) na Câmara dos Deputados. Um deputado minimamente coerente deveria votar a favor do impeachment de Dilma por crime de responsabilidade, a favor da cassação de Eduardo Cunha e a favor da abertura de investigação contra Temer no STF, sem se abster ou faltar a quaisquer destas votações.
De acordo com levantamento feito pelo ILISP, somente 93 deputados federais (18,1% dos 513 que compõem a Câmara dos Deputados) foram coerentes e votaram contra Cunha, Dilma e Temer (nas duas vezes). Destes, apenas 18 (3,5% dos deputados) foram minimamente liberais em quatro votações importantes nos últimos meses: a favor da PEC do teto de gastos estatais, a favor da liberação das terceirizações, a favor da reforma trabalhista e contra o projeto que pretende extinguir o Uber e outros aplicativos de transportes privados no Brasil.
Confira a lista completa dos deputados coerentes, em ordem alfabética. Aqueles que foram minimamente liberais nas quatro votações mencionadas estão marcados em negrito.
Afonso Hamm (PP-RS)
Alan Rick (DEM-AC)
Alex Manente (PPS-SP)
André de Paula (PSD-PE)
Antônio Jácome (PTN-RN)
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
Arnaldo Jordy (PPS-PA)
Augusto Carvalho (SD-DF)
Betinho Gomes (PSDB-PE)
Cabo Daciolo (AVANTE-RJ)
Cabo Sabino (PR-CE)
Capitão Augusto (PR-SP)
Carlos Manato (SD-ES)
Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Carmen Zanotto (PPS-SC)
Christiane de Souza Yared (PR-PR)
Conceição Sampaio (PP-AM)
Daniel Coelho (PSDB-PE)
Danilo Cabral (PSB-PE)
Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS)
Deley (PTB-RJ)
Diego Garcia (PHS-PR)
Dr. Jorge Silva (PHS-ES)
Eduardo Bolsonaro (PSC-SP)
Eduardo Cury (PSDB-SP)
Eliziane Gama (PPS-MA)
Eros Biondini (PROS-MG)
Esperidião Amin (PP-SC)
Evair Vieira de Melo (PV-ES)
Expedito Netto (PSD-RO)
Fábio Sousa (PSDB-GO)
Flávia Morais (PDT-GO)
Flavinho (PSB-SP)
Geovania de Sá (PSDB-SC)
Gonzaga Patriota (PSB-PE)
Heitor Schuch (PSB-RS)
Hugo Leal (PSB-RJ)
Jair Bolsonaro (PSC-RJ)
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)
Jefferson Campos (PSD-SP)
Jerônimo Goergen (PP-RS)
JHC (PSB-AL)
João Derly (REDE-RS)
João Gualberto (PSDB-BA)
João Paulo Papa (PSDB-SP)
Joaquim Passarinho (PSD-PA)
Jony Marcos (PRB-SE)
Jorge Boeira (PP-SC)
Jorginho Mello (PR-SC)
Jose Stédile (PSB-RS)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Jutahy Junior (PSDB-BA)
Keiko Ota (PSB-SP)
Laudivio Carvalho (SD-MG)
Leandre (PV-PR)
Leopoldo Meyer (PSB-PR)
Lincoln Portela (PRB-MG)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz Lauro Filho (PSB-SP)
Major Olimpio (SD-SP)
Mandetta (DEM-MS)
Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG)
Marcos Abrão (PPS-GO)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Mariana Carvalho (PSDB-RO)
Miguel Haddad (PSDB-SP)
Miro Teixeira (REDE-RJ)
Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
Otavio Leite (PSDB-RJ)
Pastor Eurico (PHS-PE)
Paulo Foletto (PSB-ES)
Pedro Cunha Lima (PSDB-PB)
Rafael Motta (PSB-RN)
Renata Abreu (PODEMOS-SP)
Ricardo Tripoli (PSDB -SP)
Rocha (PSDB-AC)
Rodrigo Martins (PSB-PI)
Rubens Bueno (PPS-PR)
Sandro Alex (PSD-PR)
Sérgio Reis (PRB-SP)
Sergio Vidigal (PDT-ES)
Sergio Zveiter (PMDB-RJ)
Silvio Torres (PSDB-SP)
Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ)
Stefano Aguiar (PSD-MG)
Subtenente Gonzaga (PDT-MG)
Tadeu Alencar (PSB-PE)
Tiririca (PR-SP)
Uldurico Junior (PV-BA)
Vanderlei Macris (PSDB-SP)
Vitor Lippi (PSDB-SP)
Vitor Valim (PMDB-CE)
Weliton Prado (PROS-MG)