Segundo o instituto de segurança nacional do estado de Israel (INSS – The Insitute for Nacional Security Studies), uma das estratégias dos terroristas do estado islâmico (ISIS) é semelhante ao que ensina no livro do comunista brasileiro Marighella, que foi recentemente homenageado por um deputado durante a votação do Impeachment de Dilma Rousseff.
O Mini-manual do Guerrilheiro Urbano de Carlos Marighella, que foi usado pelas guerrilhas comunistas no Brasil, durante o período militar, ensina como fazer uma guerra psicológica e abalar as instituições públicas. A ideia central defendida por Marighella era que o estado seria incapaz de lidar com a “guerra de nervos” – o que o levaria aumentar a censura e, consequentemente, perderia o prestígio por parte da população. Essa mesma estratégia tem sido usada pelo Estado Islâmico, que utiliza meios mais modernos para incentivar essa tal “guerra de nervos”. Segundo a INSS, o Estado Islâmico utiliza a internet para promover esse tipo de ataque.
Carlos Marighella, além de ter escrito o manual do guerrilheiro, usava carros-bomba que explodiam inclusive civis. No Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, onde ficava o Consulado Americano, o jovem Orlando Lovechio, então com 22 anos, teve uma perna amputada pela primeira bomba da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de Marighella.
Veja abaixo o capítulo do livro de Marighella sobre a Guerra de Nervos:
A guerra de nervos ou guerra psicológica é uma técnica agressiva, baseada no direto ou indireto uso dos meios de comunicação de massas e notícias transmitidas oralmente com o propósito de desmoralizar o governo.
Na guerra psicológica, o governo esta sempre em desvantagem, porque impõe censura nas massas e termina numa posição defensiva por não deixar nada contrário infiltrar-se.
Neste ponto desespera-se, envolve-se em grandes contradições e perda de prestígio, perde tempo e energias num cansado esforço ao controle, qual é sujeito a romper-se em qualquer momento.
O objeto da guerra de nervos é para enganar, propagar mentiras entre as autoridades na qual todos podem participar, assim criando um ar de nervosismo, descrédito, insegurança e preocupação por parte do governo.
Os melhores métodos usados pela guerrilha urbana na guerra de nervos são os seguintes:
- usando o telefone e o correio para anunciar falsas pistas à polícia e ao governo, incluindo informação de bombas e qualquer outro ato de terrorismo em escritórios públicos e outros lugares, planos de seqüestro e assassinato, etc, para obrigar as autoridades a cansar-se, dando seguimento à falsa informação que foi alimentada;
- permitindo que planos falsos caiam nas mãos da polícia para desviar sua atenção;
- plantar rumores para deixar o governo nervoso;
- explorando cada meio possível de corrupção, de erros e de falhas do governo e seus representantes, forçando-os a explicações desmoralizantes e justificações nos meios de comunicação de massas que mantém baixo censura;
- apresentando denúncias a embaixadas estrangeiras, às Nações Unidas, a nunciatura do papa, e as comissões internacionais judiciais defensoras dos direitos humanos ou da liberdade de imprensa, expondo cada violação concreta e o uso de violência pela ditadura militar e fazendo conhecer que a guerra revolucionária irá continuar seu curso com perigos sérios para os inimigos da população.