Após a China obter maior liberdade econômica, se tornando mais capitalista do que o Brasil, novos dados sobre os salários médios pagos em diferentes países mostram que os trabalhadores chineses já recebem um salário médio por hora mais alto do que os trabalhadores no Brasil, Argentina, México, Tailândia e Colômbia, acabando com o mito do “trabalho escravo” chinês.
Tanto o nível de salários na indústria quando nos demais setores da economia subiram nos últimos anos na China, ultrapassando todos os países da América Latina com exceção do Chile – o país mais capitalista da região – e já alcança 70% do valor pago em parte dos países que compõem a Zona do Euro.
Os dados foram compilados pela Euromonitor International e têm como fonte a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Eurostat e as agências de informações nacionais, tendo sido convertidos para dólares e ajustados de acordo com a inflação.
O salário médio na indústria da China triplicou, passando de $1.2 / hora em 2005 para $3.6 / hora em 2016, enquanto no mesmo período os salários caíram no Brasil (de $2.9 / hora para $2.7 / hora), no México (de $2.2 / hora para $2.1 / hora) e na África do Sul (de $4.3 / hora para $3.6 / hora). Outros países também apresentaram quedas nos salários médios dos trabalhadores da indústria: na Índia eles se encontram em torno de $0.7 / hora desde 2007 e em Portugal caíram de $6.3 / hora para $4.5 / hora, apenas 25% acima dos valores na China.
Atualmente, os trabalhadores nas indústrias chinesas estão entre os mais bem pagos no país, mas o nível de salários têm aumentado em toda a economia. O salário médio chinês, levando em consideração todos os setores econômicos, subiu de $1.5 / hora em 2005 para $3.3 / hora em 2016, ultrapassando os níveis salariais no Brasil, Tailândia, Filipinas, Colômbia e México.
O tamanho do mercado doméstico chinês pode ajudar os trabalhadores locais a receber salários ainda maiores, na medida em que a China deve responder por cerca de 20% do mercado em diversos setores até 2020, alcançando uma importância econômica similar à América do Norte e à Europa Ocidental, o que levaria os fabricantes a se manterem no país apesar dos maiores custos. Novos avanços na produtividade chinesa podem elevar ainda mais os salários nos próximos anos.