Passados quatro dias da mega-manifestação de 13 de março, a maior da história do Brasil, organizada e protagonizada pelos coxinhas da elite branca golpista e a um dias da micro-manifestação de 18 de março, marcada por mortadelas sem terras e sindicalistas que (ainda) apoiam o cambaleante e moribundo governo petista, podemos ver bem o que o Isentão tem a oferecer para o debate político nacional: basicamente, nada.
Como disse dias atrás, as principais características do Isentão é que ele é cínico, covarde e busca uma neutralidade fictícia que só favorece a uma ideologia ou grupo político em desfavor de todos os outros.
Então se os coxinhas golpistas se inflamaram com as notícias inadmissíveis de que o ex-presidente Lula está umbilicalmente ligado aos maiores esquemas de corrupção da história do país, tendo inclusive sido o maestro da pilhagem do Palácio da Alvorada, o que faz o Isentão a respeito? Desmerece cinicamente tudo isso, lembrando que delatores não são confiáveis, que os áudios foram divulgados no “momento incorreto” ou que a oposição também é corrupta.
Chega o dia da manifestação que colocou milhões de pessoas nas ruas, o que faz o Isentão? Desmerece a manifestação, replicando aquela ladainha cansada de luta de classes e “acusando” os coxinhas golpistas de não representarem o “povo”. O cinismo e a frivolidade da crítica são bem evidenciados pela atenção que dão a fatores completamente irrelevantes do protesto como “olha a marca da roupa que estão usando” ou “olha ali o que aquele grupinho de pessoas está comendo”.
Agora, o que dizem os Isentões a respeito das manifestações violentas que os mortadelas protagonizaram no mesmo dia? Nada. Silêncio. O que dizem a respeito das várias ameaças de violência que os mortadelas têm feito nos últimos dias? Nada. Silêncio. O que dizem da manifestação mortadela agendada para o dia 18/03? Nada. Silêncio. O que dizem quando surgem novos desdobramentos na novela política, que colocam em xeque as figuras mais ilustres da política nacional? Nada. Silêncio. Lula, aquele-que-não-sabe-nada, agora é Ministro da Casa Civil e foi pego planejando o golpe de estado com Dilma, o que o Isentão tem a dizer? Nada. Silêncio.
Exceto quando o implicado é da oposição. Aí é festa, aí é confete! Opa, mas a oposição foi achincalhada do protesto dos coxinhas! E o que disse o Isentão? Nada. Silêncio.