Sim, meu amigo gay que acredita que a esquerda luta pelas minorias, você leu corretamente. O movimento LGBT está pouco se lixando se você quer casar, adotar, constituir família. Também não dá a mínima se você quer ser respeitado e andar de cabeça erguida pela rua sem correr o risco de levar lâmpadada (sic) na cara. Eles só se interessam por duas coisas: o seu dinheiro e força política (o segundo é uma condição sine qua non para a obtenção do primeiro).
Recentemente em uma discussão com um amigo em que eu atacava o gayzismo (sim, gayzismo existe, é a vertente hardcore do ativismo gay, uma mescla de ativismo gay e nazismo, tal qual as feminazis), ele me questionou por qual motivo eu, sendo gay, era contra o movimento LGBT. Argumentei que nunca fui afeito a coletivos, nunca me identifiquei com uma massa homogênea que pretende falar por mim, sem nem ao menos perguntar o que penso. Ele rebateu: “Você não tem noção que os direitos que pode viver hoje, em especial o de não ser uma aberração, são frutos do ativismo e da luta né? Mas caso você ache o ativismo desnecessário, tem lampadas fluorescentes em SP para você. Cara, tu só não é visto como uma aberração porque travestis resolveram ser travestis ‘out in the open’, porque dois moleques resolveram andar de mãos dadas e sofrer a violência, porque dois homens resolveram se beijar num cinema mesmo sabendo que iam ser expulsos, porque um rapaz resolveu dizer ao mundo que tinha aids e vivia bem pois tinha um namorado e etc… Você não faz ideia do que é ser um pária social e uma aberração, entretanto, prefere se dizer contra aqueles que lutam pelos seus direitos. Me diz, como conquistaria os seus direitos, de ter um namorado, um noivo, um marido, de frequentar espaços públicos com ele, de poder fazer carinho nele etc, sem ser ativista? Como você ia reclamar qualquer direito se você não existe?”
Redargui que o erro começava ao creditar todas essas conquistas a um coletivo. Não foi o ativismo gay que pressionou o STF para que ele estendesse o caput do art. 5º da Constituição as uniões homo-afetivas, foi uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 132, proposta pelo então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em 2008. Nem no Brasil nem em qualquer outro lugar do mundo as conquistas recentes dos direitos LGBT se deram pelo ativismo. Concordo que os direitos foram conquistados à duras penas, o ativismo foi fundamental na aceitação pessoal e na luta para passar de doença (o homossexualismo era considerado doença pela OMS até 1990) à normalidade. Mas não se pode negar que coletivos são formados por indivíduos, ao fim e ao cabo, foram conquistas individuais que estenderam-se aos demais.
O ativismo de 26 anos atrás não é o mesmo de hoje. Agora o movimento LGBT interessa-se apenas em barganhar apoio político e financeiro através do seu lobby em troca de promessas vãs às suas pautas. Como nas campanhas de 2002, 2006, 2010 e 2014 em que o PT fez promessas vagas de apoio, mas na hora de chegar junto, pulou fora. É estarrecedor que mesmo em governos assumidamente de esquerda como as gestões Lula e Dilma tenha sido feito tão pouco ou quase nada pelos direitos LGBT, até mesmo porque o movimento gay foi amplamente utilizado como braço político petista: o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais é prova incontestável disto. Mas os repasses governamentais caem na conta certinho, todo mês, o que me leva a pensar que as pessoas que dizem lutar pelos direitos das minorias, na verdade, estão lutando para mamar em uma das incontáveis tetas estatais.
O movimento LGBT investe dinheiro de seus apoiadores privados para ter acesso aos repasses do orçamento federal e a maior parte dessa verba nem é executada. O movimento LGBT possui pautas legítimas que merecem total respeito e apoio, mas não posso concordar com o modo como é conduzido, a imposição do politicamente correto e a falsa busca por igualdade de Direitos
Paladinos do movimento LGBT como Erika Kokay e Jean Wyllys não possuem o menor pudor em usar seus eleitores como massa de manobra para votar em Dilma e apoiar Lula. O que começou como uma busca individual por direitos transformou-se em braço político de quem paga mais. Os partidos e políticos de esquerda entram com os militantes e apoio político, o governo com as promessas vãs e dinheiro para fomentar ONGs e financiar farras com o dinheiro público.
O ex-BBB é um deputado que nunca aprovou nenhum projeto, apresentou até propostas do interesse dos gays, como casamento homo-afetivo e adoção homo-parental, cópias de um projeto de lei de 2007 que acabou apensado em 2013 ao PL mais antigo. Três anos se passaram, três anos e Jean não usou o apoio político que deu ao governo para aprovar uma das principais pautas dos LGBT que lutam individualmente por seus direitos, preferiu focar suas energias na aprovação do Kit Gay que custou aproximadamente mais de R$ 3 milhões e nunca viu a luz do dia.
O próprio ex-Presidente, em interceptação da Lava Jato, defendeu o uso da massa de manobra feminista lésbica para atacar um Promotor que estava em seu encalço.
Lula: Sabe, porque… até a Clara Ant (…) porque fica procurando o que fazer. Faz um movimento da mulher contra esse filho da puta. Porque ele batia na mulher, levava ela pro culto, deixava ela se fuder, dava chibatada nela. Cadê as mulheres de grelo duro do nosso partido?
Existem muitos ativistas que reclamam da usurpação do movimento, como Marcelo Gerald, que desmentiu a cúpula do movimento que emitiu nota dizendo que o Movimento LGBT estava com Dilma e Lula. Não está. O movimento não pode falar por todos os ativistas LGBT que repudiam com veemência o oportunismo de seus líderes, tampouco pode falar pelos gays que, assim como eu, rejeitam a coletivização do pensamento.
A ideia do coletivo sempre me pareceu abjeta, é como se sua voz só pudesse ser ouvida caso participe deles. Para os coletivos o indivíduo não possui voz, nem vontades, tampouco suas particularidades individuais, são apenas uma massa que tenta ser homogênea, unidos pelo bem maior e até mesmo dispostos a sacrificarem-se em nome de sua causa. E aí que mora o perigo: O homem que fala de sacrifícios, fala também de escravos e donos. E tem a intenção de ser o dono. “Ensinemos os homens a unirem-se. Isso cria um pescoço pronto para uma coleira. Nós encontramos a palavra mágica: coletivismo (…) Ofereça veneno como alimento e veneno como antídoto. Dê aos tolos uma escolha, deixe que se divirtam, mas não esqueça do único propósito que você tem que alcançar. Mate o indivíduo. Mate a alma do homem. O resto seguirá automaticamente”
Então meu caro amigo LGBT de esquerda, tenha em mente isso: o movimento LGBT atual não luta pelos seus direitos e nem de nenhuma minoria, o que Jean Wyllys, Érika Kokay, Jandira Feghali, Margarida Salomão e Vanessa Grazziotin querem são pescoços em coleiras, prontos para atacar seus oponentes, bastando proferirem a palavra de comando.