Esta semana o mundo se chocou com mais um assassinato em massa, dessa vez nos Estados Unidos, reacendendo o debate sobre a liberação, regulação ou proibição da posse e porte de armas. O que poucas pessoas pensam é que há diversos casos em que pessoas impediram que assassinatos em massa acontecessem por estarem armadas. Trazemos doze casos que aconteceram igualmente nos Estados Unidos, praticamente todos com algo em comum: aconteceram em locais onde a chance de alguém estar armado é menor (escolas, igrejas, hospitais, boates) e os assassinos foram mortos ou presos e condenados a dezenas de anos na cadeia ou prisão perpétua, sem qualquer possibilidade de redução posterior da pena.
1 – Escola de ensino médio em Pearl, Mississippi – 1° de outubro de 1997
Na pequena cidade de Pearl, Mississipi, Luke Woodham, de 16 anos, esfaqueou sua mãe até a morte antes de começar um tiroteio em sua escola, matando dois estudantes e ferindo outros sete. O ataque foi interrompido quando um funcionário da escola, Joel Myrick, buscou sua pistola .45 semi-automática em seu caminhão, trocou tiros com Woodham e o deteve até a polícia chegar.
A reação de Myrick impediu Woodham de invadir uma escola de ensino fundamental no outro lado da rua e transformar o ato em um massacre. Luke Woodham foi preso e condenado à prisão perpétua.
2 – Escola de ensino fundamental em Edinboro, Pennsylvania – 24 de abril de 1998
Um adolescente de 14 anos abriu fogo durante as aulas de dança em sua escola de ensino fundamental (Parker) usando uma pistola .25. Andrew Jerome matou um professor e feriu outro professor e dois alunos. Um massacre foi impedido quando James Strand, proprietário do salão aonde as aulas aconteciam, pegou sua espingarda pessoal e confrontou Andrew, mantendo-o sob a mira da espingarda por onze minutos até convencer James a se render e deitar no chão.
Andrew Jerome foi preso e condenado a 60 anos de prisão.
3 – Faculdade de Direito Appalachian, Grundy, Virginia – 16 de janeiro de 2002
Peter Odighizuwa, um imigrante nigeriano de 43 anos e ex-aluno, foi à Faculdade de Direito Appalachian armado com um revólver .380 ACP semi-automático e matou à queima-roupa o reitor Anthony Sutin e o professor Thomas Blackwell, posteriormente matando a estudante Angela Dales e deixando três pessoas feridas. Um massacre maior foi impedido quando os estudantes Tracy Bridges, ex-xerife, e Mikael Gross, policial à paisana, recuperaram suas armas pessoais em seus carros e impediram o massacre de continuar, rendendo o assassino.
Peter Odighizuwa foi preso e condenado à prisão perpétua.
4 – New Hope Church, Colorado Springs, Colorado – 9 de dezembro 2007
Um atirador identificado como Matthew Murray, de 24 anos, matou dois paroquianos e deixou três feridos com um AR-15 no estacionamento da New Hope Church (Igreja Nova Esperança). Ao ouvir os tiros, Jeanne Assam (foto acima), uma ex-policial, utilizou sua arma de fogo pessoal e confrontou o atirador, impedindo-o de entrar na igreja. Após uma intensa troca de tiros, Jeanne Assam matou Matthew Murray.
De acordo com o pastor da Igreja, Jeanne impediu que mais de 100 pessoas fossem mortas.
5 – Loja da AT&T em New York Mills, Nova Iorque – 27 de maio de 2010
Abraham Dickan, um homem de 79 anos de idade, entrou em uma loja da AT&T com um revólver Magnum .357 na mão e, no bolso, uma lista de seis empregados que planejava matar. Ao ouvir o primeiro tiro, Donald J. Moore, um policial à paisana, sacou sua arma pessoal e matou o atirador antes que ele pudesse completar seu plano. Um funcionário foi ferido no tiroteio.
6 – Escola de ensino médio em Sullivan, Tennessee – 30 de agosto de 2010
Quando um homem de 62 anos de idade armado com duas pistolas invadiu a Sullivan Central High School, em Tennessee, ele foi imediatamente confrontado pela agente de segurança da escola, Carolyn Gudger. Colocando-se na frente de um estudante para protegê-lo do atirador, ela ficou dez minutos trocando tiros com o invasor, movendo-o para uma área menos movimentada da escola. Quando os policiais chegaram ao local, uma breve troca de tiros ocorreu, terminado com o invasor morto.
7 – Igreja Batista Freewill, Boiling Springs, Pennsylvania – 25 de março de 2012
Aaron Guyton estava dentro do prédio de jogos da igreja de seu avô quando viu Jessie Gates, um membro da congregação, retirando uma espingarda de seu veículo. Aaron entrou em ação, trancando as portas da igreja onde um culto ocorria naquele momento. No momento em que Gates arrombou uma das portas laterais e apontou a espingarda para o pastor Henry Guyton e vários paroquianos, Aaron o colocou sob a mira de sua pistola e ordenou que se rendesse, o que efetivamente aconteceu. Ninguém ficou ferido.
Jessie Gates já havia sido condenado por outros crimes e impedido de possuir ou portar armas. Gates foi julgado mentalmente incapaz e sua irmã, que o ajudou no plano, foi condenada a um ano de prisão.
8 – Shopping Clackama Town Center, Portland, Oregon – 11 de dezembro de 2012
Duas pessoas morreram e um terceiro ficou gravemente ferido quando um atirador, Jacob Tyler Roberts, de 22 anos, armado com uma AR-15 roubada e usando uma máscara de hóquei invadiu o local e abriu fogo na praça de alimentação lotada, matando duas pessoas e ferindo uma terceira. Nick Meli, cliente do shopping, apontou uma Glock 22 pessoal contra o atirador quando percebeu que a AR-15 havia emperrado, fazendo com que o atirador imediatamente corresse para as escadas rolantes, descesse um andar e se matasse. Meli não efetuou disparos, mas as autoridades dizem que sua ação impediu que o atirador continuasse o ataque, levando-o ao suicídio. Jacob disparou um total de 17 balas, incluindo a que o matou, e tinha mais 128 balas a disposição de acordo com a polícia.
O Clackama Town Center é declaradamente uma “zona livre de armas”.
9 – Boate Mystic, Portland, Oregon – 11 de janeiro de 2014
Após o ataque, Baer postou no Facebook: “Fiz o que considerei certo para parar o atirador. Porto minha arma todos os dias e continuarei a fazê-lo com a esperança de que nunca tenha que usá-la novamente.”
Baer foi julgado pela justiça e considerado inocente por ter atuado de forma justificada em defesa dos presentes na boate.
Jesus Delarca-Reyes, 20 anos, havia sido demitido há duas semanas de um canteiro de obras e retornou ao local para abrir fogo contra os ex-companheiros de trabalho. O mestre de obras sacou sua arma pessoal e trocou tiros com o atirador, ferindo ambos e impedindo que o ataque continuasse ou que qualquer outra pessoa se ferisse ou fosse morta. Outros trabalhadores da obra renderam Delarca-Reyes até que a polícia chegasse.