Peças-chave da segurança pública estatal, as viaturas da Polícia Militar vira e mexe ficam fora de ação por falta de peças ou até de manutenção. O grande entrave é a burocracia, já que a cada novo conserto é necessário fazer três orçamentos, fora a licitação. Para garantir que a polícia possa atender ocorrências, moradores de alguns bairros de Curitiba estão realizando ou financiando (de novo) os consertos necessários nos veículos da corporação.
No Bairro Alto, os comerciantes se uniram para pagar o conserto de duas viaturas. Segundo o presidente do Grupo Bairro Alto (GBA), Marcos Amaral, os comerciantes fizeram uma “vaquinha” para bancar o conserto dos veículos. “Fomos informados que os soldados estavam tirando dinheiro do bolso pra manter as viaturas funcionando. É injusto com eles, que têm que pagar pra trabalhar. Nos sentimos abandonados, entramos em acordo e decidimos ajudar”. No total, os comerciantes gastaram pouco mais de R$ 1.800 pra garantir que os veículos da PM continuem rodando.
No Cajuru, o proprietário de uma oficina reparou mais de 15 viaturas sem cobrar pela mão de obra e oferecendo as peças a preço de custo. “Eu mostro o preço da nota que eu paguei. Às vezes os policiais fazem uma ‘vaquinha’ entre eles ou conseguem o dinheiro com alguns comerciantes”, contou o dono da oficina, Dolival de Almeida. “Os policiais escutavam no radiocomunicador os amigos levando tiro e tinham que sair com carro particular. Isso estava deixando eles loucos”.