As ameaças de caos econômico e social caso o “Brexit” vencesse o referendo não adiantaram. Com uma votação de 52% a favor da saída da União Europeia e 48% contra, o Reino Unido declarou que deseja se separar definitivamente da União Europeia, uma zona que começou como sendo de “livre comércio” (entre seus membros, não necessariamente com o resto do mundo) mas que tem se tornado cada vez mais centralizadora de poder e estatista em suas regulações.
Com Escócia, Irlanda do Norte e a cidade de Londres votando em peso a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia, mas o restante da Inglaterra votando em peso a favor do “Brexit”, a saída do bloco europeu ganhou por uma vantagem de 1,2 milhão de votos.
A votação pode sacramentar também a independência da Escócia em relação ao Reino Unido: o país teve um referendo nesse sentido em 2014, onde a independência perdeu por 45% a 55%, mas com o resultado da votação de hoje, as chances de que o país se declare independente com o apoio da União Europeia – para permanecer no bloco – aumentaram consideravelmente.
Antes mesmo do resultado do “Brexit”, parlamentares da Suécia já falaram sobre um referendo no país para propor o “Swexit” – a maioria dos suecos já diz em pesquisas que desejariam sair da União Europeia caso o Reino Unido faça o mesmo – no que pode se tornar o maior pesadelo dos defensores da União Europeia: um efeito dominó que leve à dissolução do bloco no longo prazo.