Na Zona Leste de São Paulo, cerca de 30 mil (ao custo de R$500 reais cada) luminárias estão jogadas no chão, sem uso e dentro do prazo de garantia. Os equipamentos foram retirados de bairros que tiveram a iluminação convencional, de vapor de sódio, trocada por equipamentos de LED.
Adquiridas com dinheiro roubado via “Contribuição” para o Custeio da Iluminação Pública (Cosip), cobrada na conta de energia de milhões de paulistanos, as luminárias deveriam ser usadas para repor equipamentos danificados de outras regiões. Entretanto, os equipamentos estão há meses à espera de triagem e estragando nos depósitos. A venda do material poderia gerar receita acessória, uma vez que chega a ter ainda uma década de vida útil, com o dinheiro podendo ser usado para ampliar o número de pontos de luz da cidade.
Os estoques da Prefeitura devem crescer ainda mais. O ritmo de substituição deve crescer com uma Parceria Público-Privada (PPP), num contrato estimado em R$ 7 bilhões e com prazo de vigência de 20 anos. O empresa “parceira” arcará com os custos da troca das lâmpadas em toda a cidade, recebendo em troca o direito de administrar o parque elétrico e a íntegra da receita da Cosip, cerca de R$ 40 milhões por mês.
A tecnologia LED consome cerca de metade de energia da lâmpada convencional, o que será suficiente para custear toda a substituição e assegurar o lucro da empresa parceira. A cidade tem cerca de 561 mil lâmpadas. O plano está paralisado por determinação do Tribunal de Contas do Município (TCM), que analisa as condições de uma das duas únicas empresas que se habilitaram para a disputa da parceria – ambas já atuam na manutenção do serviço atualmente.