A estrela das redes sociais paquistanesas, Qandeel Baloch, foi assassinada pelo próprio irmão islâmico nesta sexta (15), em um crime “em nome da honra”. Qandeel, cujo nome verdadeiro era Fauzia Azeem, foi asfixiada até a morte por causa das fotos postava nas redes sociais e por sua postura em defesa da liberdade das mulheres, desafiando o conservadorismo religioso do Paquistão, um país onde entre 95 e 97% da população de 190 milhões de pessoas é composta por islâmicos.
A cineasta Sharmeen Obaid-Chinoy, cujo documentário “A Girl in the River” – sobre os crimes de “honra” contra mulheres paquistanesas – venceu o Oscar de Melhor Documentário de Curta-Metragem este ano, disse que “nenhuma mulher está a salvo nesse país até que os homens que matam mulheres sejam presos”. Centenas de mulheres são mortas por “honra” anualmente no Paquistão e os assassinos não costumam ser punidos por causa de uma lei que permite à família da vítima perdoar o agressor, o qual costuma ser um parente.
Em entrevista ao principal jornal de língua inglesa do Paquistão, “Dawn”, Qandeel havia contado recentemente que foi obrigada a se casar aos 17 anos com um homem que a torturava, com quem teve um filho, e de quem acabou se divorciando um ano depois, aumentando ainda mais as críticas dos conservadores religiosos à sua conduta. Parte dos usuários das mídias sociais do país comemorou o assassinato de Qandeel e exaltou o irmão assassino.