Em mais uma medida que mostra o apreço dos socialistas pela democracia, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, utilizou o Tribunal Eleitoral do país para retirar os cargos de todos os deputados da oposição liberal, transformando o país numa ditadura de partido único.
O socialista bolivariano e ex-guerrilheiro Daniel Ortega é um dos principais aliados do PT na região, tendo inclusive declarado recentemente que o processo democrático de impeachment de Dilma Rousseff era “antidemocrático, colocando uma sombra sobre a seriedade das instituições do Brasil, onde a luta e a força do Partido dos Trabalhadores tem sido e continua sendo fundamental para assegurar a liberdade e a justiça”.
A sentença do tribunal ordenou à diretoria da Assembleia Nacional que retire os cargos dos deputados eleitos em 2011 pelo Partido Liberal Independente (PLI), liderado pelo líder da oposição Eduardo Montealegre.
Em 8 de junho, a Suprema Corte retirou de Montealegre a representação legal do partido, o impedindo que a oposição participe das eleições presidenciais de novembro, nas quais Ortega concorrerá como único candidato importante pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). A Corte entregou a representação do PLI a um político desconhecido aliado do governo, Pedro Reyes, que exigiu a obediência dos 20 deputados da oposição ao governo. Como isso não aconteceu, Reyes pediu ao Tribunal Eleitoral que todos os deputados da oposição fossem cassados, o que aconteceu no último dia 29.
O movimento Cidadãos pela Liberdade – que reúne os simpatizantes de Montealegre e os deputados opositores que perderam seus cargos – emitiu um comunicado no qual informou que “podem destituir todos nós e acabar com nosso partido, mas nunca o farão com nossa dignidade e princípios”.
O mais novo ditador latino-americano já colocou os filhos na presidência das principais estatais da Nicarágua, enriquecendo a família com a ajuda da enorme cooperação petrolífera com a igualmente socialista Venezuela, além de empregar a esposa, Rosario Murillo, como controladora de toda a administração pública.