Insatisfeitos com as condições de trabalho atuais, membros da Assotaxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande), que reúne taxistas obrigados a alugar um pedaço de papel (vulgo “alvará”) da prefeitura para trabalhar, se articulam para trazer o Uber à capital do Mato Grosso do Sul. Há anos a Assotaxi denuncia a existência de uma máfia de alvarás que deixa o controle dos táxis da cidade na mão de poucas pessoas.
“Os alvarás acabam na mão de poucos frotistas, que chegam a ter cinquenta carros em seu controle”, relata José Carlos Áquila, presidente da entidade. “Temos que pagar aluguéis que variam entre 170 e 235 reais por dia, dependendo da região, e muitas vezes o que ganhamos não é o suficiente nem para cobrir essa diária. Estou desde às sete da manhã na rua e só agora, oito da noite, consegui arrecadar minha diária de R$ 180”, relata um taxista da associação.
A assessoria de imprensa do Uber disse não ter informações sobre a chegada da empresa à Campo Grande. Mesmo assim, em outubro de 2015, o vereador Marcos Alex (PT) criou um projeto de lei que proíbe a regulamentação do aplicativo e está atualmente em tramitação na Câmara Municipal da cidade. O legislativo estadual também tentou, em dezembro do ano passado, aprovar uma lei que proibia o transporte remunerado de passageiros em carros particulares em todo o Mato Grosso do Sul, mas a medida foi vetada pelo governador.