Nos últimos meses, os venezuelanos haviam recorrido à esperança de aprovar um referendo revogatório para retirar o ditador socialista Nicolás Maduro do poder. Entretanto, essa esperança acabou na última quinta-feira.
Utilizando o judiciário – totalmente controlado por Maduro – o governo venezuelano impediu que o processo de referendo prossiga por meio de decisões em cinco cortes federais de primeira instância, todas baseadas em supostas fraudes que teriam ocorrido na primeira coleta de assinaturas a favor do referendo. As decisões foram anunciadas menos de uma semana antes da oposição venezuelana preparar uma chamada em massa para que 20% da população assinasse seu apoio ao referendo, o que obrigaria a convocação da votação oficial para retirar Maduro do poder ainda em 2016.
Sem o referendo – previsto na Constituição da Venezuela – o país se tornou, oficialmente, uma ditadura onde eleições são proibidas. O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, disse na sexta-feira que a Venezuela “sofreu oficialmente um golpe de estado e que chegou a hora de defender a Constituição venezuelana”. Capriles também informou que a oposição pretende “tomar o país” na próxima quarta-feira, dia 26, e que “não será um protesto como outro qualquer”. Mídias locais venezuelanas já falam em risco de guerra civil.