A atuação da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) prendeu oito mineradores de bitcoin nas últimas duas semanas, o que comprometeu as operações da maior iniciativa de comércio da cripto-moeda do país, tão arrasado pelo socialismo.
Os últimos dois presos, Adan Erick Tapia Salas, 37, e Edwald Antonio Tapia Salas, 31, foram presos em Caracas, após a polícia usar o MercadoLibre para vender equipamentos para mineração de bitcoins. Mineração de bitcoin e compra e venda de equipamentos de informática são crimes na Venezuela.
Em outro incidente, a polícia venezuelana invadiu um depósito na cidade de Valencia e encontrou 11.000 computadores usados na mineração. Eles prenderam Eusebio Gómez Henriquez, 51, e Andrés Carrero Martínez, 35, que foram acusados de “cybercrime”, financiamento do “terrorismo”, roubo de eletricidade e “fraude financeira”. Carrero estudou na Faculdade de Miami Dade e conduzia a empresa North American Merchant Services, com sede em Coral Gables, Florida, que oferecia a estrangeiros a oportunidade de configurar computadores para mineração remotamente, em um centro de operações compartilhado, em troca de um percentual de participação.
O bitcoin é um ativo financeiro que pode substituir a moeda convencional emitida por bancos centrais – que estão sujeitas a grandes perdas de valor, graças a manipulação artificial da inflação feita pelos governos – e ainda pode ser usado como mecanismo de transferências de baixo custo, independente do sistema bancário.
Além da Venezuela, o bitcoin é ilegal na Islândia, Vietnam, Bolívia, Quirguistão, Equador e Rússia. Embora o governo chinês proíba transações com bitcoins feitas por instituições bancárias e outras empresas financeiras, o uso entre pessoas físicas é livre. Pela rápida adoção e grande volume de transações, a China é hoje um dos maiores mercados do mundo no uso da tecnologia, enquanto a Venezuela sequer tem dinheiro para imprimir mais dinheiro e estimular ainda mais uma inflação que fechou o ano de 2016 em mais de 180%.