Manifestantes que protestavam contra a aprovação de um projeto para permitir a reeleição presidencial entraram no Congresso do Paraguai e queimaram parte do edifício na noite desta sexta-feira (31), deixando 30 pessoas feridas.
O ataque ocorreu depois que o atual presidente, o conservador Horacio Cartes, fez uma aliança com o antigo presidente, o esquerdista Fernando Lugo, para que 25 senadores aprovassem, a portas fechadas, um projeto de emenda constitucional que permite a reeleição presidencial. Parlamentares da oposição liberal classificaram a manobra como ditatorial.
A emenda deveria ser ratificada em sessão extraordinária neste sábado pela Câmara dos Deputados, mas a convocação foi cancelada após a invasão do Congresso. A atual Constituição paraguaia proíbe a reeleição presidencial. Cartes tem uma folgada maioria na Câmara e, caso a casa também aprove a medida, ela será submetida a um referendo nacional, no prazo de três meses, convocado pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral.
Mais cedo, a aprovação no Senado provocou duros confrontos entre manifestantes opositores e a polícia de choque. O presidente do Partido Liberal, Efrain Alegre, e o deputado Edgar Ortíz, também liberal, foram feridos ao protestarem contra a medida.