Em longa matéria divulgada este domingo que inclui uma entrevista com o deputado federal, o Estadão afirma que Bolsonaro gostaria de ter o economista Delfim Netto como conselheiro e Mão Santa, ex-governador do Piauí, como vice em sua chapa para 2018.
Delfim Netto foi Ministro da Fazenda de Costa e Silva, quando apoiou o AI-5 que deu poderes ditatoriais ao general, bem como ampliou os poderes estatais sobre a Caixa Econômica Federal e a Casa da Moeda, o que foi fundamental para os generais militares imprimissem dinheiro a rodo nos anos seguintes, levando o Brasil à maior inflação de sua história e uma crise econômica de uma década que acabou apenas com o Plano Real em 1993.
Delfim passou os últimos anos apoiando as intervenções econômicas do estado coordenadas por Lula e Dilma (chegando a afirmar que “Dilma é absolutamente honesta”), deixando de apoiar o governo petista com o início da Lava Jato, operação que descobriu que Delfim teria recebido R$ 15 milhões em propina das obras de Belo Monte. Sua proximidade com os governos petistas foi tão grande que ele ganhou uma coluna na CartaCapital, aquela que a Odebrecht financiou com dinheiro de Caixa 2.
Mão Santa, apesar do apelido, foi o primeiro governador do país cassado pelo TSE, em 2001, por abuso de poder econômico – em outras palavras, compra de votos – em sua campanha de reeleição ao governo piauiense em 1998. Passou os últimos seis
anos longe da política, amargando sucessivas derrotas, até ser eleito prefeito de Parnaíba, segunda maior cidade do Piauí, por 1.000 votos de diferença (35 mil contra 34 mil).
Bolsonaro se reuniu há três semanas com Mão Santa num jantar em Brasília para tratar da candidatura à presidência e se encontrará novamente com ele nos próximos dias, quando deve visitar o Piauí para palestrar em Teresina e Parnaíba.