No último dia 7 de março, Michel Temer se reuniu às 22:30 da noite, de forma clandestina, no subterrâneo do Palácio do Jaburu, com um empresário corporativista que viveu às custas do BNDES, para discutir interesses subterrâneos. A seguinte conversa aconteceu:
[Joesley]: É, o BNDES está bem travado. (…) Maria Silvia está falando com quem? Parece que tá problemático, viu?
[Temer]: Eu não sei porque tem dois servidores lá que estão com os bens indisponíveis, (…) os caras não podem mexer e por isso eles estão com medo de mexer em qualquer coisa. Está com uma verba lá de 150 bilhões.
[Joesley]: É isso que eu quero. Se ele escorregar eu digo ó, consulta lá.
Hoje, a responsável por deixar “bem travado” o BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, pediu demissão do governo, bem no momento em que Temer fala em “incentivar” (ou seja, aumentar o crédito) à iniciativa privada para tentar se manter no poder, e duas semanas depois da Polícia Federal interrogar 30 funcionários do BNDES sobre os empréstimos à JBS.
O BNDES está livre novamente para “escorregar” 150 bilhões de reais aos empresários corporativistas e amigos dos políticos no poder. A JBS deve estar comemorando, afinal, recebeu R$ 12,8 bilhões do BNDES nos últimos anos.
Já passou da hora do BNDES ser extinto.