A mudança nos hábitos do consumidor e o avanço da tecnologia tornaram inócuo um dos principais objetivos do horário de verão. De acordo com estudo do Ministério de Minas e Energia (MME), a adoção da hora adiantada na época mais quente do ano deixou de economizar energia. Mesmo assim, o horário de verão deve ser mantido por uma “questão cultural”.
“O horário de verão não atendeu ao que se propôs – ou seja, não há relação direta com redução de consumo e demanda”, diz o estudo. A popularização dos aparelhos de ar condicionado é uma das principais razões dessa mudança. O estudo mostra que a temperatura é o que mais influencia os hábitos do consumidor e não a incidência da luz.
Como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo são registrados esse período. De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o horário de pico atual é entre 14h e 15h e não mais entre 17h e 20h.
A economia de energia entre 17h e 20h ainda ocorre, mas é menor do que o aumento do consumo verificado durante as madrugadas por causa do uso do ar condicionado entre meia-noite e 7h. “Antes, o chuveiro era o vilão do setor elétrico. Hoje, é o ar condicionado”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Leite.
“Se não adotássemos mais o horário de verão, isso não seria um problema para o setor elétrico.”, disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata.
No ano passado, de acordo com dados do MME, o horário de verão durou 126 dias e gerou economia de R$ 159,5 milhões ao sistema ao reduzir o acionamento de usinas termoelétricas. O custo é considerado pouco relevante para o setor, acostumado com cifras bilionárias.