O dia 9 de julho não é apenas um importante marco na memória dos paulistas. A data serve de reflexão para qualquer indivíduo – ciente da sua autonomia e consciente dos esforços contrários ao livre pensamento – que conhece o seu direito à autodeterminação e à liberdade para se associar a outros habitantes de um determinado território (seja vila, bairro, cidade, distrito, estado ou territórios adjacentes) e declarar independência do estado a que pertence atualmente, seja para formar um novo estado ou tornar-se parte de outro.
No dia 9 de julho de 1932 foi iniciada uma resistência de 87 dias que contou com 40.000 combatentes – entre mais de 200.000 alistados – no único estado, neste período da história, a rejeitar o controle central imposto pelo ditador populista Getúlio Vargas e seus interventores, entusiastas da última moda européia de dominação, o nacional-socialismo e o fascismo.
Em meio a tanta propaganda, excesso de informação de má qualidade e confusões modernas, que este momento histórico ajude a lembrar do essencial, como o trecho da carta “A defesa da vitória de São Paulo”, que Monteiro Lobato enviou em 10 de agosto de 1932 a Waldemar Ferreira:
“Convençamo-nos de que só há dois caminhos na vida: ser martelo ou bigorna, boi de corte ou tigre. Velha bigorna, velho boi de corte, velha vaca de leite que tem sido, transforme-se São Paulo em tigre. Faça-se todos dentes e garras afiadíssimas, antes que a linda ideia romântica da brasilidade o reduza a churrasco.”