Foi lançada neste final de semana a campanha “#342 Artes – Contra a censura e a difamação”, formada por artistas coordenados por Paula Lavigne. Ironicamente, o grupo planeja combater a “censura” – na verdade, os boicotes e críticas feitos nas redes sociais nas últimas semanas contra exposições como Queermuseu e a “performance” com um homem nu sendo tocado por uma criança no MAM – por meio da verdadeira censura: processando políticos e movimentos que criticaram as “obras de arte”.
Um dos primeiros vídeos da campanha, feito por Fernanda Montenegro e divulgado por Vanessa da Mata, já está no ar:
Queremos cultura com educação, não sem educação e sem cultura! #342Artes pic.twitter.com/AzgS9ytfck
— Vanessa da Mata (@vanessadamata) October 8, 2017
A coordenadora do grupo de artistas “342 Artes”, Paula Lavigne, também coordena a Associação Procure Saber – da qual fazem parte Chico Buarque, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Erasmo Carlos, entre outros artistas – entidade que passou anos tentando censurar e proibir biografias não autorizadas por meio da justiça com base no “direito à intimidade e privacidade”. Em 2015, uma decisão unânime dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a publicação das biografias sem autorização prévia com base no direito à liberdade de expressão.
Paula Lavigne é ex-mulher de Caetano Veloso e causou polêmica em uma entrevista dada à revista Playboy onde afirmou que sua primeira relação sexual – com o compositor – foi aos 13 anos, na festa de aniversário de 40 anos de Caetano. De acordo com a legislação brasileira anterior a 2009, relação sexual com menores de 14 anos era considerada presunção de violência punível com pena de reclusão de acordo com o Código Penal.