Declarações dadas por Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ao jornal “O Estado de São Paulo” apoiando Hugo Chávez e o comunismo mostram que o deputado fluminense é muito mais de esquerda do que os seus apoiadores imaginam.
O tenente-coronel Hugo Chávez alcançou projeção na Venezuela ao comandar uma fracassada tentativa de golpe de estado em 1992 e ser preso. Anistiado dois anos depois, Chávez largou a vida militar para se dedicar à política, fundou em 1997 o Movimiento V República e foi eleito presidente venezuelano em 1998. Ao tomar posse no dia 2 de fevereiro de 1999, Chavéz convocou um referendo para aprovar uma nova Assembleia Constituinte – apoiada por 70% dos eleitores em 25 de abril de 1999 – e seu partido teve 120 dos 131 lugares da Assembleia, eleita em julho do mesmo ano. As vitórias eleitorais de Chávez levaram à “República Bolivariana da Venezuela” com maior poder ao presidente, fechamento do Senado e estatização da economia.
Analisando a situação política na Venezuela, a edição de 4 de setembro de 1999 do jornal “O Estado de São Paulo” mostra que os avanços do comunista Hugo Chávez contaram com o apoio de Jair Bolsonaro.
“Chávez é uma esperança para a América Latina e gostaria muito que esta filosofia chegasse ao Brasil. Acho ele ímpar. Pretendo ir à Venezuela e tentar conhecê-lo. Quero passar uma semana por lá e ver se consigo uma audiência. (…) Acho que ele vai fazer o que os militares fizeram no Brasil em 1964, com muito mais força. (…) Ele não é anticomunista e também não sou. Na verdade, não tem nada mais próximo do comunismo do que o meio militar. Nem sei quem é comunista hoje em dia”, afirmou Jair Bolsonaro na ocasião.
Esta foi apenas uma das várias vezes que o deputado fluminense apoiou a esquerda. De acordo com levantamento feito pelo ILISP, Jair Bolsonaro votou diversas vezes de forma similar ao Partido dos Trabalhadores (PT) durante os seus quase 27 anos de mandato na Câmara dos Deputados.