A “filósofa” Márcia Tiburi, nacionalmente conhecida após fugir de um debate e ter um vídeo em que ela defende assaltos divulgado (abaixo), recebeu R$ 77 mil de diversos órgãos estatais para palestrar sobre “ética”. A informação foi obtida pelo ILISP por meio de consultas ao Diário Oficial da União, Diários Oficiais estaduais e Portal da Transparência. Todas as contratações foram feitas sem licitação.
Nos últimos cinco anos, os seguintes órgãos estatais contrataram a apresentação sobre “ética” ministrada por Márcia Tiburi: Delegacia da Receita Federal em Juiz de Fora (R$ 11,6 mil), EMBRAPA (R$ 6 mil), Justiça Federal de Santa Catarina (R$ 15,3 mil), Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (R$ 15 mil), Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (R$ 11,6 mil), Universidade Federal de Campina Grande (R$ 7 mil) e Universidade Federal de Pelotas (R$ 10,5 mil), totalizando R$ 77 mil reais dos pagadores de impostos gastos com o ensino da “ética” feito por Tiburi.
A “filósofa”, entretanto, faturou ainda mais prestando outros serviços a órgãos estatais. Uma palestra para o Tribunal Regional do Trabalho da 24a Região sobre “Memória” rendeu R$ 11 mil em 2008. Três palestras para o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul custaram R$ 15 mil em 2012. A divulgação de um livro da própria Márcia Tiburi, o romance “Era Meu Esse Rosto”, custou R$ 16 mil aos pagadores de impostos do Ceará em 2012. Já um convite para falar sobre “Direitos das Mulheres” para a bancada feminina da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina custou R$ 12 mil em 2017.
Mesmo a entrevista em que defende assaltos – realizada no programa “Espaço Público” da TV Brasil (abaixo) – não saiu do bolso de Márcia: realizada para divulgar outro livro da “filósofa”, “Como Conversar com um Fascista”, a aparição televisiva custou R$ 457,90 aos brasileiros.
No total, a “filósofa” que afirma ser “favorável ao assalto” embolsou, do dinheiro tomado a força de milhões de contribuintes brasileiros, um total de R$ 162.306,90 desde 2008. O valor, entretanto, certamente é ainda maior: Tiburi também palestrou no “XI Encontro Institucional da Magistratura do Trabalho do Rio Grande do Sul”, realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região, onde a totalidade de palestrantes (cuja “estrela” era Leandro Karnal) custou R$ 36,2 mil aos trabalhadores brasileiros; e também foi responsável por falar sobre “ética” no “XII Seminário de Gestão da Ética nas Empresas Estatais”, organizado pelo Banco do Nordeste e cuja contratação não foi localizada pelo ILISP.