Em tempos em que a ideologia estatista predomina no “mainstream” político na defesa do roubo estatal (vulgo impostos), qualquer tipo de história e analogia é usada para justificar a necessidade desse roubo. Uma delas é o mito inglês de Robin Hood, que roubava dinheiro dos “ricos” para dar para os pobres. Na lógica socialista, o estado deveria se comportar como esse herói inglês e taxar o lucro dos empresários (burgueses), para ajudar os pobres, pois, segundo eles, a classe empresarial explora os trabalhadores e seria justo devolver o dinheiro a eles.
Porém, a história de Robin Hood é contada de uma maneira bastante distorcida. O fora-da-lei inglês nunca teve o objetivo de roubar aqueles que produziam riqueza no país, como tentam nos convencer os socialistas. Pelo contrário, as aventuras de Robin Hood, um herói que vive na floresta, começam justamente quando ele tem suas terras expropriadas pelo príncipe João I. Para fugir da opressão estatal, o jovem se refugia em um bosque e começa sua vingança roubando os nobres, aqueles que viviam de impostos pagos pelos pobres trabalhadores.
O mito inglês se passa no período medieval e muitos personagens da história são reais, como o Rei Ricardo Coração de Leão e seu irmão João I. Alguns historiadores, inclusive, que defendem a tese de que Robin Hood realmente existiu, mas sua história pode se confundir com a de outros foras da lei, pois era comum serem apelidados por agentes estatais de “Robin Hood”. O contexto da história se passa no século XII, quando o rei Ricardo I, ao voltar das cruzadas, se deparou com um país em rebelião e sumiu. Seu irmão, João I, aproveitou-se para usurpar o poder. Devido ao seu péssimo carácter, subiu impostos cobrados aos servos, expropriou terras e impôs leis absurdas como a proibição da caça em bosques. O príncipe usava o seu exército para matar quem ele quisesse, roubava os ricos, comerciantes honestos e também dava terras expropriadas aos seus amigos.
Robin Hood – O “neoliberal” que lutava contra o estado para ajudar os pobres
Robin Hood na verdade era apenas uma das vítimas da opressão do Estado e desobedecia às leis para sobreviver. Os impostos massacravam os pobres que não podiam sequer caçar para matar a fome, quem ousasse desobedecer era considerado um fora da lei e era constantemente perseguido pelos agentes estatais que seguiam ordens de João I. Como vingança, Robin Hood atacava os nobres e devolvia a riqueza roubada aos pobres. Hoje, o jovem herói inglês seria considerado um “neoliberal” pelos socialistas por justamente ser contra impostos e leis estatais inúteis que massacram os pobres.
Atualmente, nas democracias modernas, o Estado não pode matar quem quiser, como acontecia na era medieval, mas, pode proibir indivíduos de buscar o seu próprio sustento, como fez João I ao proibir a caça, por exemplo. Se antes os foras da lei desobedeciam ao estado e caçavam para não morrerem de fome, hoje existem vendedores ambulantes impedidos de exercer seus trabalhos e são constantemente perseguidos pelo estado. Se durante a era medieval era possível contar nos dedos a quantidade de impostos, hoje é bem difícil contabilizar a quantidade existentes. No Brasil existem mais de 90 impostos apenas no âmbito federal, como IPI, IOF, Cofins, INSS, PIS, FGTS, CIDE, etc.
Em nosso país, o Estado também realiza atrocidades semelhantes às de João I na Inglaterra. Se o príncipe inglês expropriava terras para dar para seus amigos, os governantes brasileiros destinam a maior parte dos impostos para pagar juros aos banqueiros e para bancar subsídios aos empresários “amigos do rei”. Os servidores públicos aposentados, que poderiam ser comparados aos nobres dos tempos de Robin Hood, recebem a maior parte da contribuição do INSS (imposto forçado, pago por todos trabalhadores pelo regime de semiescravidão CLT). Apenas 1 milhão de servidores públicos aposentados recebem 64 bilhões de reais, enquanto 24 milhões de trabalhadores aposentados no setor privado recebem apenas 50 bilhões de reais em razão da aposentadoria. O Estado brasileiro, assim como qualquer Estado no mundo, é uma instituição que funciona ao modo Robin Hood às avessas: Retira dinheiro dos pobres para dar para os nobres ricos e seus amigos. Quem for contra ou faz algo para acabar com isso, segundo os socialistas, é um “neoliberal” opressor, como Robin Hood.