O Estado de São Paulo já é o estado com maior quantidade de rodovias privadas do país. E os resultados são bastante evidentes. Das 20 melhores rodovias do Brasil, 19 estão no estado paulista, com 99,1% dos trechos avaliados como ótimos ou bons. Agora, em um momento de crise que afeta o orçamento de todos estados da federação, o governo Geraldo Alckmin planeja privatizar mais 2.266km de vias e garantir um investimento de 10,8 bilhões em 30 anos.
Apesar do aumento na qualidade das rodovias no estado de São Paulo, os paulistas reclamam devido ao preço do pedágio, pois além de pagar caro na tarifa ainda tem que pagar IPVA. Segundo o jornal Folha de São Paulo, os paulistas pagam o maior valor de IPVA do Brasil, o estado arrecada todo ano R$ 12 bilhões com esse imposto. Muitos passageiros acham injusto pagar pelas rodovias sem ter redução nos impostos que eram (ou deveriam) ser usados na manutenção de rodovias.
O outro problema das privatizações paulistas é que o governo estadual e municípios encontraram formas de aumentar a arrecadação tributária. Boa parte do valor das tarifas de pedágios são impostos. De acordo com a Artesp, as cidades da região da baixada santista já receberam R$ 3,1 bilhões desde 2000 com a arrecadação de ISS. Ou seja, passageiros que não vivem nessas cidades pagam impostos apenas por passar nas estradas.
As novas privatizações no estado de São Paulo até são bem-vindas pelo aumento da qualidade, mas não pelo preço. Na região de Franca, interior de São Paulo, vários moradores têm protestado contra a instalação de pedágios. Ao mesmo tempo que privatiza, o governador Geraldo Alckmin aumenta imposto sobre os serviços (ICMS), e isso causa descontentamento. Se os tucanos quiserem redução da participação do estado na administração de rodovias, deve começar primeiro a reduzir os impostos. A população até quer serviços de qualidade, mas, antes de tudo, quer pagar menos.
Com informações do Jornal Folha de São Paulo