Sandy Springs, Geórgia, pode ser parecido com qualquer outra cidade nos Estados Unidos. Tem parques, estradas, e belos lugares para se viver. Mas há uma coisa que separa das outras cidades: Sandy Springs privatizou quase tudo.
Em 2005, Sandy Springs terceirizou quase todas as funções do governo da cidade (com exceção da polícia e bombeiros) para uma única empresa, que administra a cidade. Essa empresa é responsável pela execução de todas as funções vitais do governo, toma conta dos parques, cuida da pavimentação das estradas, e gerencia até as chamadas de emergência por telefone (famoso número 911 nos EUA), por exemplo.
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Após as privatizações, a cidade tem sido administrada de uma forma muito eficiente, com quase nenhum atraso nos pedidos de licenciamento. “Se ligar na prefeitura, você vai se surpreender ao descobrir que realmente vai atender uma pessoa muito amigável! ”, conta Sharon Kraun, gerente de relações com a mídia da cidade. A cidade tem um atendimento ao cliente disponível 24 horas por dia, recebem aproximadamente 6.000 ligações por mês. Também tem um sistema de tráfego com câmeras e um centro de comando de alta tecnologia.
Quando as pessoas vem a Sandy Springs, elas geralmente não têm ideia de que a cidade é privatizada, diz Kraun. Não há sinais com logotipos de empresas ou qualquer coisa assim. De acordo com Sharon: “O que as pessoas podem dizer é que a cidade está bem cuidada; os moradores e as pessoas que só trabalham na cidade gostam daqui, e estão felizes com a qualidade dos serviços prestados pela cidade.”
Quando o projeto começou, na Universidade da Geórgia, estimaram que a cidade precisaria de 828 funcionários. Mas como a cidade é gerenciada por uma empresa privada, eles aumentaram a produtividade e precisam agora de bem menos funcionários, de apenas 471 pessoas. Além de bombeiros e polícia, a cidade tem apenas oito funcionários públicos em tempo integral.
Devido a essa eficiência, Sandy Springs gera enormes excedentes. Eles não precisam contrair dívidas públicas para pagar benefícios aos funcionários. No contrato da empresa ficou decidido de não usar o modelo tradicional de pensão dos funcionários públicos – um modelo que colocou quase todos os governos dos EUA em uma crise insustentável. Em vez disso, os funcionários podem escolher o seu próprio pacote de aposentadoria, isto é, o funcionário tem a liberdade de escolher em que fundo aplicar por sua conta e risco (No Brasil, todos pagam de forma obrigatória o INSS, e funcionários de estatais pagam por Fundos de Pensões administrados por partidos políticos corruptos).
Esse modelo de gestão tem dado a cidade uma quantia dinheiro adicional para trabalhar com um excedente que colocam em construção de um futuro melhor para cidade. De acordo com Sharon Kraun, “A cidade, como norma, guarda 25% das receitas em um livro para cada ciclo de planejamento do orçamento. Melhorias de capital têm sido um dos principais focos durante nossos primeiros oito anos, com mais de 185 milhões dólares investidos em infraestrutura”.
Isto levou a muitas melhorias ao redor da cidade. A cidade tem 236,5 km de ruas pavimentadas, 874 projetos de águas pluviais, e construiu mais de 50 km de novas calçadas.
Se parte da administração da empresa não fazer uma boa gestão, a cidade pode cancelar o contrato com essa empresa, e passar para uma outra empresa. Em 2011, a cidade “demitiu” a principal empresa que gerenciava as funções vitais do governo, CH2M Hill, e optou por outra empresa. Isso fez uma economia para cidade de mais de um milhão de dólares.
A maioria das pessoas em Sandy Springs está feliz com a mudança, e as cidades e comunidades vizinhas já estão adotando o modelo de privatização. “Até o momento, a nossa comunidade sé tem agradecido”, disse Sharon: “Se considerar que eleições são indicadores de satisfação pública, o Prefeito, que promoveu a parceria público-privada, já ganhou dois mandatos no cargo e com uma vitória esmagadora.” Após o final do mandato do prefeito, um novo candidato a prefeito, Rusty Paul, também se comprometeu em manter Sandy Springs privatizada, e venceu com grande vantagem.
Muitas cidades ao redor do mundo estão olhando para Sandy Springs. Oliver Porter, um dos principais arquitetos por trás do movimento para incorporar a cidade, tem dado propostas para o mundo todo, como Grã-Bretanha, Islândia Japão e América Latina. “Eu tenho sido cada vez mais solicitado para dar conselhos e palestras em todo o país”, disse Porter em uma entrevista recente com WND, “este é também um modelo internacional.”