Estamos nas semanas mais importantes deste século no Brasil. Muitos estão esperançosos e comemoram as possíveis delações e prisões que estão por vir por resultado da investigações da Lava Jato, bem como há ansiedade pela tramitação do processo de impeachment na Câmara e pelo provável afastamento de Cunha da Presidência do Congresso.
Mas suponhamos que tudo isso venha a se concretizar, e ai? Como ficamos?
Teremos Michel Temer como presidente, que a meu ver não representa melhora efetiva no quadro político, mas haverá uma animação no mercado financeiro pela mudança. Mas isso é pouco e superficial. Temos que reformar a política formal no Brasil e isso demorará anos. O PT não chegou ao poder sozinho, temos que olhar também para o PMDB.
O partido mais fisiológico e “camaleão” do Brasil, sempre envolvido em todos os escândalos e povoado de velhas raposas que de tão astutas conseguiram sobreviver até na época da ditadura. O jogo do PMDB sempre foi se manter no poder através da influência legislativa, ser o fiel da balança e no máximo emplacar um vice e alguns ministros. Ter dinheiro e poder com menos visibilidade é um custo benefício infinitamente maior.
O que ainda resta da governabilidade deste governo está nas mãos do PMDB, rachado entre “apoiadores” de Cunha e “apoiadores de Dilma”. Na verdade, o PMDB joga o jogo do poder como ninguém e se divide em dois para ter aliados nos dois lados e se manter no poder qualquer que seja o resultado desta crise política.
Renan Calheiros está atolado até o pescoço em denúncias e Temer não é um “bobão” vice de Dilma. A linha sucessória do poder executivo é podre. Os “opositores”, representados principalmente pelo PSDB, sabem disso e fazem vista grossa. Tudo pela chamada governabilidade de um eventual governo Temer. Mas assim que a crise política se resolver, acredito que com a renuncia ou impeachment da presidente, o PMDB se mostrará unido novamente como nunca se viu e com mais poder do que nunca.
O PT tem que ser eliminado dos quadros partidários do Brasil por meio das urnas, assim como todos os partidos de esquerda que o apoiam têm que sofrer nas urnas, mas os quadros do PMDB estarão lá, a não ser que a população demande por meio da pressão das ruas não somente a prisão de Lula e Dilma, mas sim a investigação de todos os membros das chapas presidenciais das ultimas eleições, incluindo PSDB, PMDB, etc. Temos que varrer o lixo político que tomou conta deste país. Dessa forma, não restará argumentos para os asseclas e puxa-sacos de Lula que ainda povoam o Congresso e o Senado.
Ficarei muito feliz quando Dilma sair do poder e Lula for preso, mas vou soltar rojão mesmo quando todos os parasitas pararem de sugar o nosso dinheiro e nosso tempo.