Desde o início da cobertura da imprensa sobre as eleições francesas, me causou certo incômodo o rótulo atribuído a Marine Le Pen de “extrema-direita”, ainda mais sabendo que a mídia – tomada pela esquerda – tem a tradição de classificar a esquerda nacional-socialista como “extrema-direita”.
Dessa forma, fui buscar as informações do programa oficial de Marine Le Pen, incluindo seus livros temáticos, bem como a ótima compilação feita pela Generation Libre, que também inclui as informações divulgadas nas primárias dos partidos e nos debates eleitorais, para elaborar a seguinte lista de propostas socialistas de Marine Le Pen:
– Criar o PAC da Agricultura (sério, o nome é PAC);
– Proteger produtores agrícolas e indústrias para combater o “capital financeiro especulativo” e a “competição desleal”;
– Aumentar tarifas de importação e criar cotas máximas para produtos estrangeiros;
– Impedir a privatização de edifícios culturais estatais;
– Manter a jornada de trabalho em 35 horas semanais e limitar as possibilidades de horas extras;
– Reduzir o preço do gás, da energia elétrica e dos trens na canetada (vai dar certo, sim!);
– Praticamente acabar com a exploração de gás de xisto para não “prejudicar o meio ambiente”;
– Regular os preços das universidades;
– Aumentar o poder do governo central no controle das pesquisas científicas;
– Permitir que o Tesouro francês seja financiado pelo Banco Central Francês (impressoras, impressoras en tous lieux!);
– Criar um imposto de renda progressivo onde “os ricos pagam mais”;
– Criar cotas para idosos nas contratações estatais;
– Aumentar os gastos com a Justiça em 25%;
– Ampliar o programa de subsídios para construção de casas populares (só faltou chamar de “Ma Maison, Ma Vie”);
– Criar um “Bolsa Família” para os pais (!) que tenham filhos em idade escolar e desejem deixar de trabalhar (!!) para viver às custas do governo, recebendo 80% do salário mínimo (!!!);
– Garantir que todos os franceses tenham Previdência Social estatal;
– Barrar a reforma da previdência e reduzir a idade de aposentadoria para 60 anos;
– Não promover qualquer mudança nas leis de aborto francesas (que são uma das mais permissivas do mundo).
E outras propostas mais da candidata que a mídia chama de “extrema-direita” que tem uma figura oculta, que é um chien atrás, e que inclusive declarou apoio à vitória do Syriza, o PSOL grego.