Aqueles que possuem uma ideologia de esquerda, adeptos da manutenção e da fortificação de uma instituição que, para eles, deve “fornecer educação, saúde, segurança e demais serviços gratuitamente para todos” (mesmo que você tenha que trabalhar cinco meses do ano para pagar por eles e que essa lógica não seja cumprida na prática), geralmente defendem que o ensino deve ser de qualidade e para todos por meio do aumento da intervenção estatal no setor. Mas será que ela funciona atualmente? Vamos analisar sob a ótica dos currículos acadêmicos.
1. O estado limita a inovação
Vamos pensar no extremo: caso o estado decretasse ser só ele o responsável pelo ensino, estatizando toda a educação, ninguém mais poderia sequer pensar em abrir um curso online. Sites como Descomplica e Khan Academy seriam proibidos e diversos alunos de todos os cantos do país estariam ainda menos preparados, sendo obrigados a aceitar o ensino estatal. Todas as escolas teriam o mesmo currículo e ensinariam as mesmas coisas com os mesmos métodos. Seria proibido abrir uma escola com as próprias regras e com os próprios métodos. Se o currículo fosse ruim (e certamente seria) ou se o estado quisesse impor somente aulas de matemática ou comunismo, você seria obrigado a aceitar. Não haveria concorrência para onde fugir.
Por outro lado, se houvesse livre mercado no setor – ou seja, sem MEC ou qualquer outro controle do estado sobre o ensino – diversas ideias surgiriam a todo o momento. Apareceriam escolas com métodos diferentes, com mais aulas de dança e teatro ou até, quem sabe, com matemática ou química opcional; currículos que estariam sempre sujeitos à aprovação ou não dos pais contratantes do serviço. Se o currículo fosse ruim, a escola iria à falência e não prosperaria; mas se fosse bom, se tornaria ícone e influenciaria as demais, melhorando o currículo de todas as escolas do país. Os pais poderiam escolher a escola com melhor currículo, a que agradasse pais e filhos, e não apenas seriam obrigados a aceitar o modelo atual, com a liberdade de escolha do currículo escolar limitada pelo MEC mesmo nas escolas privadas.
2. O controle estatal facilita a doutrinação
Com o currículo controlado pelo estado, fica muito fácil estabelecer um material de estudo formado por livros e mais livros escritos pelo próprio estado, que, obviamente, dizem que ele é tudo de bom e incrível. Por que você acha que parte dos estudantes que estão nas escolas e se formando agora são de esquerda? Por que tantos movimentos estudantis apoiam mais estado? Por que os muros das faculdades estatais estão sempre pichados com dizeres pró-estado?
A escola estatal, por meio do MEC e do ENEM, faz os alunos pensarem que o estado é bom e necessário. Afinal, com liberdade para pensar e acesso a outras visões de mundo, você provavelmente não iria querer pagar cinco meses do seu salário por ano para financiar o estado.
3. O estado prejudica a formação de trabalhadores mais qualificados
Quem sabe o que é melhor para construir uma turbina de avião: o estado ou o dono da empresa que fabrica turbinas de aviões? Para a esquerda é o estado. Pelo menos é a impressão que passam ao deixar o estado escolher quais são as matérias mais importantes para os alunos.
Ao deixar o currículo acadêmico nas mãos do estado, você vai ter sempre as mesmas aulas e geralmente conteúdo extremamente obsoleto. Afinal, qual é o incentivo que o estado tem para aprimorar o currículo? Se você for muito ignorante ou analfabeto, para o estado, qual é o problema? Você vai continuar pagando impostos, vai continuar dando dinheiro para milhares de políticos, vai continuar salvando as estatais da falência e financiando empresários corporativistas. Quanto mais ignorante a população for, menos ela vai contestar, mais ela vai acreditar no estado.
Sem o estado controlando a educação, quando as empresas precisassem de mão-de-obra melhor qualificada, entrariam em contato com universidades e/ou escolas técnicas para pedir que adaptassem seus currículos, criassem novas matérias / cursos ou aulas extras de cálculo, por exemplo. Sem o estado, a demanda do mercado faria pressão para que as escolas se adaptassem e mantivessem sua qualidade. Foi a livre iniciativa privada que criou o avião, o iPhone, o computador, suas roupas e tudo que você mais gosta. Por que ela não deve cuidar também da educação?
4. Mesmo que a esquerda estivesse certa e a “burguesia” quisesse “explorar os trabalhadores”, a solução continuaria sendo o livre mercado
Vamos dizer que a lógica marxista estivesse certa e a “burguesia” quisesse sempre “explorar os trabalhadores”. Obviamente, “a burguesia” também buscaria fazer parte da política para “explorar” ainda mais os trabalhadores por meio do estado – o mesmo que a esquerda ingenuamente acredita que “impede” a “exploração” – e assim se sustentar às custas de trilhões de reais coletados pelos impostos. E sendo ela “exploradora”, obviamente obrigaria que todos estudassem do jeito que ela quisessem ou mesmo que não estudassem, já que quanto mais as pessoas sejam ignorantes para reeleger os políticos, melhor para esta “burguesia”. E sem protestar, já que teriam o monopólio das armas e trilhões de reais à disposição.
Agora imagine o país sem governante, com pleno livre mercado onde todos são gananciosos e buscam o lucro. Nesse caso, ninguém teria trilhões de reais coletados via impostos para se beneficiar, nem o monopólio das leis e nem o monopólio das armas. Para obter lucro, você teria que oferecer um bom serviço a um preço que as pessoas pudessem pagar e satisfazer seus consumidores para que eles comprassem mais e mais de você. Se você fosse o dono de uma escola, por exemplo, precisaria garantir aos pais dos alunos e aos seus filhos que seu ensino entregaria mais resultados positivos e melhor retorno do que os concorrentes.
Já que todos seriam muito gananciosos, o dono da empresa de turbinas de aviões também seria. E ele, para conseguir lucro, precisaria de mão-de-obra especializada. Assim, viveria sempre em harmonia com o sistema educacional para que este garantisse que tivesse sempre disponível mão-de-obra especializada de alta qualidade.
E não para por aí. O mercado internacional também começaria a demandar mão-de-obra formada no país e começaria a importar “cérebros”. O nosso mercado ficaria com menos mão-de-obra especializada e, pela lei da oferta e da procura, o salário dos brasileiros subiria naturalmente, o que levaria mais pessoas a se qualificarem, gerando um círculo virtuoso. E tudo isso porque seríamos maus e gananciosos!
Esta é a diferença entre controle estatal e livre mercado: incentivos. O estado não tem incentivos para mudar: se for ótimo ou péssimo, você vai sempre continuar pagando impostos (e se não pagar vai preso) e os políticos vão sempre ter o salário garantido. No livre mercado, se uma empresa presta um ótimo serviço, ela prospera; e se for péssimo, ela vai à falência, perdendo lugar para a melhor empresa. Na educação, se o currículo acadêmico de uma escola for péssimo, ela vai à falência; e se for excelente, ela revoluciona e serve de exemplo para outras escolas, que podem evoluí-lo ainda mais, dado que são várias mentes pensantes em busca do maior lucro possível.
Conclusão
Se você quer combater a ignorância e melhorar a educação brasileira, lute pelo fim do monopólio estatal e pela liberdade da iniciativa privada atuar em plena concorrência pela prestação da melhor educação possível. Precisamos de escolas sem estado.