Depois de 17 horas, os brasileiros finalmente podem dar “tchau, querida” e ver o começo do fim do Partido dos Trabalhadores, que há mais de uma década (des)governa o país. Quando Dilma foi reeleita, em 2014, lembro-me de dizer que, se Aécio Neves tivesse ganhado a eleição, teria sido responsabilizado por todos os frutos podres do governo petista: desemprego, inflação, cortes, gravíssima crise econômica. O PT voltaria firme e forte em 2018 e teria grandes chances de voltar ao poder. Lembro que até cheguei a comentar que poderia acontecer um processo de impeachment (e estava certa), o que levou ao fatídico “Tchau, Querida” neste 12 de maio de 2016.
Cabe analisar as hilárias desculpas esfarrapadas dos esquerdistas para continuar defendendo Dilma, tanto no Senado quanto no Facebook. Uns dizem que as pedaladas fiscais foram manobras para manter programas sociais e ajudar os mais pobres (mesmo que os maiores beneficiários das pedaladas tenham sido os mais ricos por meio do Bolsa BNDES). Outros afirmam que é um golpe arquitetado pelo PSDB e que a elite não gosta que “pobre ande de avião”, que é uma afronta ao povo negro, pobre, LGBT, índios, etc. Chegam a um nível de desespero tão grande que não pensam duas vezes antes de assumir, mesmo que não percebam, que o governo petista utiliza tudo isso como moeda de troca ou esmola. Entretanto, de todas as desculpas utilizadas, a mais nojenta é a de que Dilma Rousseff está sofrendo um processo de impeachment “por ser mulher”. A própria Dilma chegou a dizer que “a história ainda vai dizer o quanto de violência contra a mulher tem nesse impeachment.”
Isso é um desserviço aos reais casos de violência contra a mulher. Uma mentira no mesmo nível dos textões de Facebook que muitas feministas escrevem, com histórias fantasiosas de assédio e opressão, logo são desmentidas por vídeos ou depoimentos de pessoas que estavam presentes na ocasião e viram o que de fato ocorreu. O resultado dessas histórias falsas é que as verdadeiras mulheres vítimas de violência estão sendo questionadas ou desacreditadas, ou seja, uma situação delicada torna-se ainda pior em razão de algumas feministas que tentam aparecer na Internet.
Dilma não é alvo de um processo de impeachment por ser “presidenta”, mas por ser “incompetenta”. Não há nada de sexista em dizer que ela não tem competência para ocupar o cargo de presidente. Machismo é utilizar o gênero como argumento para dizer que Dilma sofre perseguição política, como se mulheres fossem seres frágeis, eternas vítimas de opressão e perseguição por parte dos homens malvadões. A esquerda sempre definiu Dilma como uma eterna vítima perseguida pela ditadura militar e agora apela novamente para dizer que ela está sendo vítima de um “golpe” orquestrado pela “zelite” e pela “direita neoliberal machista”. Uma mulher forte jamais utiliza seu gênero para justificar as críticas que recebe.
Cabe lembrar duas figuras femininas bastante criticadas, mas que nunca vi feministas ou esquerdistas tentando defender: Margareth Thatcher e Marcela Temer. Inclusive já estive presente em uma palestra cujo orador, um professor da UFRJ, fez piadinha com a morte de Margareth Thatcher. Mesmo com a plateia sendo formada majoritariamente por mulheres, muitas delas ditas “defensoras de direitos humanos”, integrantes de “movimentos sociais” e feministas, não ouve qualquer indignação, apenas risadinhas. Já Marcela Temer, a nova primeira-dama do país, teve seu computador e telefone celular invadidos por um hacker e foi chantageada. Você viu algum coletivo feminista apoiando Marcela? Eu não vi, o que não é surpresa. Quando houve a polêmica em relação ao “bela, recatada e do lar”, nenhuma feminista se preocupou em respeitar o nome ou estilo de vida da esposa de Michel Temer.
Tenho vergonha de ter tido uma presidente de (baixo) nível e (alta) incompetência como Dilma Rousseff, bem como das reações desesperadas de esquerdistas – que não pensam duas vezes antes de incitar o ódio do “nós contra eles” do pobre contra rico, negro contra branco, homem contra mulher, etc. – e da banalização de temas sérios como a violência contra mulher apenas para atender pautas políticas. Essa eterna criação de “luta de classes”, herança maldita de Marx, é estimulada pela esquerda há décadas no Brasil, principalmente dentro do ambiente universitário.
Dilma não é vítima de “violência ou opressão por ser mulher”, mas sim da própria incompetência. Se um dia tivermos outra presidente (e não presidenta), que seja uma mulher forte, séria, competente e liberal, não um uma laranja, um poste do chefe da quadrilha no poder desde 2003. Por hora é tchau, “querida”!