No fundo, no fundo, perdemos tempo discutindo coisas que provavelmente não existiriam se o estado não se intrometesse na vida dos indivíduos.
Se o Santander tivesse que tirar dinheiro do próprio bolso – ao invés de redirecionar o dinheiro dos pagadores de impostos para o próprio marketing com o apoio do governo – seria muito pouco provável que uma mostra como o Queermuseu fosse realizada. Primeiro, o patrocinador seria muito mais livre para escolher qualquer projeto em que investir e não apenas aqueles que um burocrata ligado ao MinC aprovou. Segundo, ao usar o próprio dinheiro, o banco certamente seria mais criterioso na escolha dos projetos do que quando usa o dinheiro alheio. Terceiro, quando você tem que fazer algo que dê lucro, colocar quadros que possam te fazer limitar o público a maiores de 18 anos é um tiro no pé (e, se o fizer, todos saberão que a entrada – paga – é autorizada apenas para maiores de 18 anos).
Da mesma forma, se não houvesse um Conselho de Psicologia se intrometendo em como psicólogos e pacientes devem se relacionar, não haveria discussão sobre algo ser proibido ou permitido. Haveria mais espaço para discussão das formas de melhorar a saúde mental de todos, independente da orientação sexual, ao invés de intrometerem o bedelho na saúde mental alheia. O “charlatanismo” e as críticas a ele seriam livres e feitas a luz do dia, permitindo que as pessoas formassem opinião ao invés de ter um lado censurado por uma autarquia estatal.
No fim, todos os debates se resumem ao maior conflito de nossa era. E não, não é entre esquerda e direita. É entre a coerção estatal e a liberdade dos indivíduos.
“Sejam resolutos em não servir e vocês serão livres.” (Etienne de La Boétie)