Antes de mais nada, vamos a uma pequena cronologia:
2003 – Início do governo Lula.
2005 – Primeiro empréstimo do BNDES para o plano de expansão do grupo JBS e início do pagamento sistemático e crescente de propina ao PT.
2007 – O BNDES adquiriu 13% da JBS por R$ 580 milhões. O faturamento da empresa passa de R$ 4 bilhões para R$ 14 bilhões em um ano.
2008 – O BNDES compra outros 13% de participação na JBS por R$ 500 milhões.
2009 – O BNDES injeta mais R$ 2 bilhões na empresa. Em contrapartida, Joesley Batista abre uma conta no exterior para a campanha de Dilma.
2010 – Dilma é eleita tendo a JBS como sua maior financiadora.
2010 – Joesley abre outra conta no exterior para cobrir os custos de Lula.
2013 – JBS inaugura uma fábrica de papel e celulose no Mato Grosso do Sul. De onde veio o dinheiro? R$ 2,7 bilhões do BNDES, R$ 900 milhões da Caixa e mais R$ 550 milhões dos fundos de pensão Petros e Previ, ambos administrados por petistas.
2014 – Dilma é reeleita tendo, mais uma vez, a JBS como sua maior doadora de campanha. Neste mesmo ano, o saldo da propina depositada no exterior para suprir as necessidades de Lula e Dilma somava US$ 150 milhões.
2015 – Faturamento do JBS se aproxima de R$ 163 bilhões. Porém, o grupo mais uma vez recorre ao PT para expandir seus negócios e recebe R$ 2,67 bilhões da Caixa Econômica para comprar a Alpagartas.
2016 – Impeachment de Dilma. Início do governo Temer.
2017 – Joesley Batista e demais executivos do JBS assinam acordo de delação premiada no qual descrevem a cronologia acima e o pagamento de propina a Temer e Aécio no período pós-impeachment, em troca de obstrução da Operação Lava Jato.
Cronologia semelhante ocorreu nas relações da Odebrecht, da OAS e da EBX com os governos petistas.
Ou seja: o esquema foi criado por Lula, viabilizado pelos programas econômicos do seu governo e do governo Dilma, especialmente pelo BNDES
Segundo o TCU, o esquema com a JBS, sozinho, causou um prejuízo de R$ 1,2 bilhão ao país.
Segundo Joesley Batista, o PT cobrava 4% de propina sobre cada contrato do BNDES.
Temer pegou o “bonde andando”, o que não o inocenta em nada. Temer poderia ter rejeitado a herança da corrupção dos governos anteriores. Não quis. Preferiu usufruir dela. Ou seja: Temer igualou-se a Dilma e Lula, portanto, deve ter o mesmo tratamento. Oxalá, cadeia.
Aos que dizem que Lula e o PT não inventaram a corrupção, lembro que ambos poderiam ter simplesmente cumprido as promessas de não fazer o que eles próprios diziam que os outros faziam: roubar o dinheiro dos pagadores de impostos.
Vale lembrar também que o Presidente da República é diretamente responsável pela nomeação de ministros, presidentes e diretores de estatais, bem como pela implantação de programas econômicos. Ninguém, por mais inescrupuloso que seja, consegue viabilizar esquemas de corrupção nesta escala sem a assinatura do Presidente da República.
Fica claro que nada disso teria acontecido se Lula não tivesse iniciado um programa de institucionalização da corrupção como forma de governar, abrindo os cofres do governo para empresas corporativistas em troca de propina para o seu partido, para partidos aliados e para si mesmo.
Devemos considerar também que nada disso teria acontecido se Dilma fosse honesta. Provavelmente, ela não teria permitido Temer como seu vice e, obviamente, não teria sido afastada por fraude.
Na verdade, se Dilma fosse honesta, Lula não teria enxergado nela sua sucessora.
Por trás disso tudo está a crença de que o estado deve promover o desenvolvimento econômico, o que essencialmente faz com que políticos escolham quais setores e empresas devem receber dinheiro roubado dos trabalhadores. O nome disso é socialismo.
O programa de desenvolvimento iniciado por Lula transferiu quase R$ 200 bilhões para um seleto grupo de corporações amigas do PT. Duzentos bilhões!
Em troca de propina, os petistas enriqueceram ainda mais os mais ricos e empobreceram ainda mais os mais pobres. A zona de conforto que Lula criou dentro da pobreza foi o argumento utilizado para legitimar o maior esquema de corrupção do mundo. Enquanto os governos petistas davam esmola para milhões de eleitores pobres, entregavam dezenas de bilhões para um pequeno grupo de empresários e políticos amigos.
E não se engane: enquanto se confiar ao estado a tarefa de promover a “justiça social” por meio de intervenções e/ou “estímulos” econômicos, a corrupção continuará.