Ocorreu ontem (18), em São Paulo, mais uma manifestação em defesa do “Passe Livre”. Reunindo apenas 200 pessoas e parando o fluxo de carros e ônibus de duas das principais vias da cidade – Avenida Paulista e Nove de Julho – por horas, o movimento conseguiu apenas revoltar passageiros de ônibus – que tiveram que caminhar por quilômetros até o Terminal Bandeira – e ter “militantes” levando borrachadas dos seguranças do Metrô após metade de seus integrantes entrarem na estação Sé ilegalmente, sem pagar (tudo devidamente vitimizado por arruaceiros e pela imprensa). Mas não é isso o que a mídia mostrou sobre o acontecimento.
Todos os principais sites da mídia brasileira – Veja, Estadão, IstoÉ, Globo, Folha e Terra – cobriram o pequeno evento, fora as mídias da esquerda – havia pelo menos 14 repórteres no evento. Nenhum deles se preocupou em contar o número de manifestantes, algo bastante fácil dada a pouca quantidade de presentes. Pelo contrário, o site da “golpista” Rede Globo divulgou uma daquelas tradicionais fotos fechadas, levando o leitor a crer que o ato se encontrava lotado, o que é facilmente desmentido. No Terra, uma foto tirada de baixo para cima tenta mostrar algo “grandioso” sobre a fraca manifestação. Na Folha, então, uma foto aberta foi cortada para aparentar um maior número de pessoas, numa clara (e ridícula) manipulação (comparação abaixo).
Absolutamente nenhuma matéria na “grande mídia” questiona um movimento que sai às ruas para defender que estudantes possam se locomover o dia inteiro pela cidade às custas dos pagadores de impostos. Numa manifestação desencadeada por um corte que sequer acaba com o “Passe Livre” – João Doria apenas reduziu a mamata de 8 viagens “gratuitas” em 24 horas para 8 viagens em 4 horas, sendo 2 horas na ida e 2 horas na volta, como todos os trabalhadores pagantes o fazem por meio do Bilhete Único – não houve contestação sobre a origem dos recursos que financiam a mordomia estudantil.
Se depender de nossa imprensa “imparcial”, ficaremos sempre com as fotos cuidadosamente cortadas para aparentar um número maior da manifestantes, as matérias que mencionam ou não a quantidade de presentes de acordo com a conveniência editorial e as “notícias” que enfatizam a ação de forças de segurança e não o vandalismo feito pelos “manifestantes”. Ainda bem que hoje temos as mídias sociais e a imprensa realmente independente para desmascarar a manipulação diária, a favor das pautas de esquerda, da mídia brasileira.