É vergonhoso o nível do “jornalismo” praticado pela Rede Globo em seu Fantástico – O Show da Vida´.
Em uma matéria sobre a liminar que “autoriza a cura gay” – o programa convenientemente ignorou a ata e a nota do juiz onde ele afirma que *homossexualidade não é doença*, mas que a decisão estava baseada na liberdade profissional – o programa da Globo entrevistou CINCO pessoas contrárias a liminar: uma pessoa com uma história pessoal, o presidente da Conselho Federal de Psicologia (CFP), um psiquiatra, o Dráuzio Varella (claro!) e um “jurista”.
Quem o programa foi ouvir do outro lado? Só a autora da ação, cuja edição do programa deixou claro o motivo pelo qual ela fez bem em não falar: a ideia era justamente deturpar o que a autora falaria para encaixar na narrativa do programa.
A Globo mencionou que psicólogo faz apenas terapia e não “cura” (o que é reservado aos médicos)? Claro que não, pelo contrário, ouviu dois médicos na matéria para reforçar a narrativa de que se trata de “cura pro homossexualismo”. Apresentou o charlatanismo do presidente do CFP, que apoia Maduro, ou de “especialistas” ligados ao Conselho que sugerem que o capitalismo gera suicídios? Também não. Entretanto, apresentou a “matéria” como “cura gay é charlatanismo”, em mais um exemplo de “imparcialidade” do programa.
Você pode ser contra a tal terapia e acreditar que ela não funciona – eu, leigo, acredito que não funciona, o que não significa que não defenda a liberdade para quem quiser buscá-la – mas daí a fazer uma reportagem canalha e claramente manipuladora vai uma longa distância.
O que precisamos curar mesmo é a sem-vergonhice “jornalística” da principal televisão do país.