Logo após a decisão do PMDB de sair do governo Dilma, no começo de 2016, começou a surgir nas redes sociais e na GoebbelsNews, na voz de Cristiana Lôbo – uma das repórteres mais tendenciosas que já tive o desprazer de assistir – a história de que “se houver impeachment, o PMDB chegará ao poder sem o voto popular” ou mesmo que “o PMDB está enxergando a oportunidade de chegar ao poder sem encarar as urnas”.
Caro esquerdista, tenho algo para te lembrar: Temer foi eleito e quem o elegeu foi você. Ao fazer parte do volume de 54.501.118 votos dados à Dilma Rousseff, você também deu 54.501.118 votos a Michel Temer. E você sequer possui a desculpa de que “não sabia”, já que a foto e nome de Temer estavam na tela de votação, logo abaixo do nome e foto de Dilma Rousseff.
Caso ainda possua dúvidas, você pode consultar o Artigo n° 77 da Constituição Federal, o qual diz em seu caput: “A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente”. E é completado pelo parágrafo primeiro, que diz: “A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.“
Temer, aliás, não foi escolhido para ser vice-presidente da República – em uma coalizão com o Partido dos Trabalhadores (PT) que a esquerda tanto defende – apenas por ter um rostinho bonito (cof cof cof) ou porque o partido socialista vermelho queria ter um logo amarelo nos santinhos da campanha para não deixá-los totalmente vermelhos. O PMDB foi um dos principais responsáveis pela eleição (e posterior reeleição) da própria Dilma Rousseff, na medida em que é o partido que possui, disparado, a maior capilaridade no país – foram 1024 prefeitos eleitos pelo PMDB em 2012, contra 702 do PSDB, 635 do PT, 497 do PSD e 469 do PP. Tendo a máquina pmdbista ao seu lado, o PT pode fazer campanha em todos os cantos do país tendo como base os prefeitos do PMDB, o que certamente foi um dos fatores determinantes para Dilma Rousseff ter sido eleita em 2010 e posteriormente reeleita em 2014.
Ao sair do governo de Dilma Rousseff, o PMDB não apenas acreditava que haveria impeachment – o que realmente ocorreu – como que seria capaz de aumentar seu poder nos municípios rumo a 2018. Com a delação premiada da JBS que implica Temer diretamente, todo esse panorama mudou, e hoje o mais provável é que o Congresso siga a Constituição e eleja indiretamente um presidente para um mandato tampão até as próximas eleições diretas, em outubro de 2018.
Independente do que irá acontecer, lembre-se, esquerdista: quem elegeu Dilma – tirada do poder por fraude fiscal – e Temer – a ser tirado do poder por corrupção – foi você.