Antes das políticas de estado de bem-estar como o salário mínimo, os negros melhoravam seu padrão de vida com enormes ganhos de produtividade. E não havia leis “afirmativas” estatais. As políticas estatais “bem-intencionadas” só aumentaram o fosso racial.
A virada do Século 20 nos Estados Unidos foi marcada por reduzida mão-de-obra estrangeira devido a restrições à imigração e aumento da demanda por bens de consumo. A economia industrial do Norte dos Estados Unidos cresceu e atraiu grande parte da mão-de-obra negra do Sul agrícola. Assim, a população de negros que vivia fora do Sul triplicou entre 1910 e 1950.
Os migrantes negros aceitavam trabalhar nas indústrias com baixos salários em troca da experiência de trabalho. Este pagamento não era ideal, mas permitiu aos migrantes negros uma aumento de 30% nos ganhos anuais em comparação com o Sul.
Finalmente, os negros alcançaram ganhos nos salários, educação e expressão, apesar das injustiças da época. A força de trabalho negra cresceu consideravelmente e, por volta de 1940, a diferença salarial entre negros e brancos diminuiu drasticamente.
Isto começou a mudar em 1938, quando o Congresso americano aprovou o Fair Labor Standards Act (FLSA) e instituiu o primeiro salário mínimo federal de $0.25 por hora. O novo salário mínimo, na prática, proibiu que os jovens negros ingressassem no mercado de trabalho, prejudicando sua oferta de trabalho em longo prazo.
Antes do salário mínimo, a diferença no número de brancos e negros desempregados não excedia 1%. Depois da implantação do salário mínimo, a diferença cresceu.
Em um estudo com mais de 600.000 homens de 16 a 24 anos sem diploma do ensino médio, o Employment Policies Institute descobriu que cada aumento de 10% no salário mínimo federal ou estadual diminuiu o número de jovens negros empregados em 6,5%.
O salário mínimo continuou a diminuir o número de adolescentes negros empregados entre 1940 e 1970, resultando numa maior diferença entre brancos e negros. No entanto, durante o mesmo período, a diferença de renda entre brancos e negros foi a mais baixa da história. O crescimento do salário para toda a comunidade negra foi quase o dobro do crescimento subsequente, entre 1970 e 2000.
Este desenvolvimento aparentemente contraditório foi resultado do impacto desproporcional que o salário mínimo teve sobre os jovens negros. Enquanto os negros mais velhos já empregados eram menos propensos a ser afetados pelo salário mínimo, o mesmo salário mínimo impediu que os jovens negros ganhassem experiência de trabalho e habilidade para trabalhos futuros.
Quando essa geração de adolescentes negros chegou aos 20 anos, muito deles não tinham experiência de trabalho e, por causa do salário mínimo, nem tinham como conseguir trabalho. Dessa fora, eles saíram inteiramente da força de trabalho.
Em 1965, o programa social do Partido Democrata chamado “Great Society” começou a “lutar” contra as diferenças raciais e econômicas por meio de uma série de medidas de “bem-estar” social e iniciativas de emprego que existem até hoje. Estes programas de “bem-estar” social se tornaram concorrentes dos salários, criando incentivos perversos para que os jovens negros não entrassem no mercado de trabalho e levando-os a depender mais do estado do que dos salários.
Como até mesmo o keynesiano Paul Krugman admitiu, “a política pública designada para ajudar os trabalhadores pode levar ao desemprego estrutural”.
Dado que o salário mínimo havia contraído o mercado de trabalho para jovens negros em busca de renda, eles acabaram presos aos programas do governo. O desemprego dos negros aumentou e a participação na força de trabalho caiu desde a implementação do programa “Great Society” e do salário mínimo. Além disso, o programa “Great Society” teve pouco impacto na redução dos índices de pobreza e falhou no seu objetivo de reduzir o abismo sócio-econômico entre negros e brancos.
A comunidade negra conseguiu significantes ganhos de prosperidade econômica antes do salário mínimo e do programa social “Great Society“, sem qualquer “programa social” ou lei do governo. Sem estas desastrosas intervenções estatais, os negros teriam continuado a obter ganhos de produtividade e eliminado a diferença econômica com os brancos.
Os negros devem ser livres para participar do mercado. Enquanto continuarmos com uma abordagem falida de “bem-estar” social que só aumenta a dependência deles do estado, isso não irá acontecer.
Tradução: Rafael Cury Revisão: Marcelo Faria