O sistema de saúde estatal de Cuba, uma das três fontes de poder, ao lado da educação e do esporte, tem sido o embaixador e criador por excelência da imagem benévola e humanitária da ditadura socialista cubana – o que, por sua vez, tem servido também de escudo ao exercício constante de violações dos direitos humanos mais elementares.
Pretendo colocar em evidência precisamente o que não se diz por aí. Comecemos com o vídeo abaixo, que mostra a situação real de um hospital cubano.
https://www.youtube.com/watch?v=dNhgym2bMtA
Mesmo sem qualquer liberdade econômica no setor, o sistema de saúde estatal cubano não é totalmente “gratuito”, permitindo o pagamento (mediante suborno) pela assistência médica.
Fazer uma tomografia computadorizada, por exemplo, é extremamente difícil, quase impossível. Não são todos os centros hospitalares que contam com a tecnologia e aqueles que a possuem geralmente estão com os tomógrafos fora de serviço.
Dado que a demanda pelo serviço é maior do que a oferta, um enfermo cubano tem que pagar suborno ou esperar vários meses para ser atendido, afinal, aqueles que têm a possibilidade de oferecer “presentes” – ou seja, de pagar o serviço – são prioridade.
O mesmo ocorre com a assistência odontológica. Receber esse tipo de atendimento em Cuba é um verdadeiro dilema. Não há amálgama para restauração, não há anestesia para a extração e não há material para próteses. Contudo, se você pagar, por exemplo, 10 pesos cubanos conversíveis (CUC, que possui paridade com o dólar, logo, 10 dólares), ou seja, o salário de meio mês de trabalho para a maioria das famílias cubanas, aparece imediatamente, como num passe de mágica, todo o material necessário; mas, se você não pode pagar, receberá como recompensa uma larga e incerta espera ou um tratamento que, em muitos dos casos, se torna humilhantemente inútil.
A qualidade humana da assistência médica é bastante deplorável: nos surpreende quando encontramos alguém que ofereça um bom tratamento e serviço. Isso ocorre tanto nas policlínicas como nos hospitais, consultórios odontológicos, com os médicos familiares, etc. Na verdade, esse mal é uma pandemia social local.
Nos hospitais falta higiene, as salas dos pacientes não possuem janelas, há insetos de todo tipo, escassez de água, infiltrações nos tetos, péssima alimentação, tanto para os pacientes como para acompanhantes, fora os péssimos serviços e tratamentos em geral. No vídeo abaixo você pode ver como é a sala de emergência de um hospital cubano:
Os hospitais também cumprem a função de feiras comerciais, onde vendedores oferecem todo tipo de mercadoria – principalmente produtos alimentícios – para satisfazer as necessidades dos pacientes e seus familiares, mas também perturbando a tranquilidade tão necessária a estes locais.
Fora isso, o doente que dá entrada no hospital tem que levar consigo garrafas para armazenar água, lençóis para cobrir a cama, toalha, sabão, ventilador e outros tantos itens necessários.
Com a falta de higiene, muitos pacientes, por sua própria responsabilidade, decidem abandonar os hospitais e seguir o tratamento em suas casas pelo temor de adquirir novas doenças.
Por fim, as farmácias têm seus estoques preenchidos por poucos medicamentos, tanto em quantidade como em variedade. Além da quantidade ser insuficiente, grande parte dos estoques são vendidos no mercado negro por funcionários estatais a preços que podem ser três vezes maiores do que o valor oficial. Ou seja, o trabalhador cubano, quando encontra um medicamento tem que pagar preços abusivos por ele.
Em resumo, não se deixe enganar: a situação da saúde cubana não é o fantástico mundo de Michael Moore e o hospital cubano da elite. A saúde cubana é deplorável.