Nos últimos 15 anos, segundo o Centers for Disease Control and Prevention, o número de novas armas de fogo disponíveis nos EUA triplicou, com a indústria americana de armas fabricando 11 milhões de armas em 2013. Mas, para o espanto dos desarmamentistas, as taxas de homicídios nos EUA têm diminuído ano após ano, segundo o FBI, atingindo em de 2013 a menor taxa dos últimos 20 anos.
No entanto, sempre surgem matérias mencionando os EUA como um país violento e alegando que estados com leis menos restritivas para posse e porte de armas possuem mais mortes causadas por arma de fogo. O que essas matérias não mencionam, propositadamente e de forma desonesta, é que tais mortes são a soma de homicídios, suicídios e mortes acidentais causadas por arma de fogo. Tal tática foi inclusive usada numa matéria do programa de televisão Fantástico, como denunciado e exposto por Bene Barbosa no artigo O “Fantástico” mundo das mentiras sobre o desarmamento.
Entretanto, no último dia 22 de fevereiro tais mentiras voltaram a surgir por meio do músico Leoni. Em sua página no Facebook, o mesmo divulgou o seguinte gráfico:
Para analisar a veracidade dos dados expostos, é necessário buscar fontes sérias e confiáveis, e os dados do FBI são excelentes para esse tipo de busca. Computando os dados sobre homicídios expostos no estudo Crime in United States 2013, elaborado pelo FBI, e os dados da NRA sobre as leis de armas em cada estado dos EUA, é possível verificar que os estados onde não há qualquer necessidade de permissão estatal para o porte velado de armas fogo possuem as respectivas taxas de homicídios por 100 mil habitantes:
Alaska: 5.6
Arizona: 4.7
Wyoming: 2.7
Kansas: 3.1
Maine: 1.6
Vermont: 1.6
Média: 3.21
Por outro lado, os estados em que o direito de portar armas de fogo é muito restrito possuem as seguintes taxas de homicídios por 100 habitantes:
Maryland: 6.1
California: 4.4
New Jersey: 3.9
New York: 3.1
Média: 4.37
Logo, é possível perceber que a média das taxas de homicídios nos estados em que o direito ao porte de arma é muito restrito tende a ser maior do que a média dos estados onde sequer é necessário uma permissão estatal para exercer esse direito. Em outras palavras: restringir o direito ao porte de armas, impondo restrições estatais, não garante a redução das taxas de homicídios.