Ao invés de fazer greve, como acontece na maioria das universidades públicas do país, alunos da Puc-Rio montaram a Riobotz, uma equipe de alunos que utilizam o laboratório de robótica da universidade para criar robôs para competir em campeonatos. A equipe já ganhou dez medalhas na RoboGames 2011 e venceu o último campeonato de “UFC das máquinas” nos EUA.
“O objetivo da Riobotz é permitir que os alunos tenham acesso à parte prática da engenharia, que eles possam aprender a utilizar as ferramentas, as etapas de um projeto real, o estudo da mecânica, a programação, o trabalho em equipe”, conta o coordenador da Riobotz e professor do Departamento de Engenharia Mecânica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, Marco Antonio Meggiolaro.
Como o professor explicou, a equipe é parte do aprendizado dos alunos que se dispõem a fazer parte voluntariamente, com o adendo de ser mais estimulante. Em vez de estudar para um trabalho que vale nota, os participantes viram noites pesquisando componentes novos e construindo robôs. O resultado do esforço foram dez medalhas na RoboGames 2011, o maior evento mundial de robótica, realizado em abril na Califórnia, Estados Unidos, e o recorde de medalhas conquistadas por uma mesma equipe.
Segundo Meggiolaro, as competições não são mera diversão. Elas são úteis para a produção de conhecimento. “Geram não só a tecnologia para podermos desenvolver robôs mais resistentes quanto esses testados nas competições, mas também para robôs com aplicações industriais. Aprende-se muito sobre mecânica, eletrônica e materiais, já que trabalhamos com materiais de alto desempenho, como titânio e alumínio aeronáutico.”
Assim, a tecnologia desenvolvida para robôs de competição já serviu ao laboratório de robótica, por exemplo, na construção de máquinas de inspeção de dutos e até de robôs que fazem manutenção de áreas radioativas dentro de usinas nucleares.