Além da Lei do Audiovisual e da Lei Rouanet – que fazem com que o dinheiro dos pagadores de impostos seja utilizado em filmes e produções “artísticas” selecionadas pelo governo – bem como estatais como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras – que financiam de tudo, de cinema a esportes – o estado brasileiro tem utilizado até mesmo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar o “cinema nacional” com o dinheiro dos pagadores de impostos.
De acordo com o próprio BNDES, o Edital de Cinema do BNDES já financiou 444 filmes desde 1995, gastando R$ 216 milhões. Na última versão do edital, lançada em 2016 e com vencedores definidos há dois meses, foram aprovados R$ 15 milhões para produzir 22 filmes do “cinema nacional”, incluindo R$ 1 milhão para Maldita, de Tomás Portella (com quase R$ 7 milhões aprovados para captação via Lei do Audiovisual); Eduardo e Mônica, de René Sampaio (R$ 8,7 milhões aprovados para captação via Lei do Audiovisual), O Luto de Joana, de Cristiane Oliveira (exatamente R$ 1 milhão aprovado para captação via Lei do Audiovisual) e Relato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes (R$ 3 milhões aprovados para captação via Lei do Audiovisual), autor de uma manifesto lido em Berlim sobre o “governo ilegitimo” de Michel Temer.
O Banco ainda possui outros instrumentos financeiros – linhas de crédito de longo prazo e fundos de investimento – destinados ao “cinema nacional”. Tudo, claro, feito com o dinheiro dos pagadores de impostos brasileiros.