O tribunal racial nazista criado pela gestão do petista Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo finalmente ganhou destaque e gerou polêmica na mídia nacional. Em um concurso para professor da rede municipal onde há cotas racistas para negros, os inscritos como cotistas que foram aprovados tiveram que passar pelo tribunal, formado por três pessoas, para avaliar seu “nível de negro”.
“Fomos constrangidos e humilhados”, disse Lima Junior, um dos avaliados. Ele se inscreveu como cotista de acordo com lei de 2013. Ao todo, 138 candidatos acabaram desclassificados. “Eu me senti na fila dos escravos que estavam à venda, como se fossem pedir, a qualquer momento, para mostrar os dentes”, diz a professora Chirlly Araujo, outra avaliada pelo tribunal racial nazista.
Segundo informações da equipe do ex-prefeito Haddad, o tribunal racial nazista foi implantado com o apoio do movimento racista negro. A atual gestão, de João Doria (PSDB), informou que o concurso seguiu definição de decreto de 21 de dezembro de 2016, editado por Haddad, e promete rever a regulação.
Os tribunais raciais foram utilizados primeiramente pelo regime nazista de Adolf Hitler para definir quem era “ariano” ou não, e posteriormente foram adotados pelo Apartheid na África no Sul. No Brasil, os tribunais raciais para definir quem deve utilizar cotas racistas foram implantados na UnB (Universidade de Brasília) em 2004, mas o método foi abandonado em 2012. As cotas racistas, entretanto, foram declaradas constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012 e seguem sendo utilizadas no Brasil.