Em mais uma amostra da incapacidade estatal de gerenciar qualquer coisa de forma eficiente, a estatal Correios – que detém o monopólio legal de envio de cartas em todo o país – anunciou que teve um prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015 e que, este ano, as perdas já chega a R$ 700 milhões. Com o dinheiro em caixa podendo terminar em setembro, já se fala em injeção de dinheiro dos pagadores de impostos na empresa ou tomada de empréstimo que se tornaria mais uma dívida estatal a ser paga por todos os brasileiros. O fim do monopólio de envio de cartas e a privatização ou abertura de capital da empresa não foram defendidos pelo governo Temer até o momento.
As despesas dos Correios crescem em ritmo superior às receitas. Em 2015, enquanto as despesas aumentaram 18,3%, as receitas cresceram 6,5%, abaixo da inflação. Só as despesas médicas dos funcionários subiram mais de 500 milhões de reais. A atual direção, composta na maior parte por indicados do PDT, tem apenas um membro com experiência em logística. Na cúpula da estatal, dois advogados sem experiência na área comandam as áreas de encomendas e negócio postal. Um dentista, indicado pelo PT, era responsável pela área de tecnologia até pouco tempo.
O novo presidente também precisará solucionar dois outros problemas: o Postalis, fundo de pensão dos funcionários da estatal que também fechou nos últimos anos com rombos bilionários, e a Postal Saúde, plano de assistência médica dos servidores que está sendo investigado pela Operação Lava Jato.