Após apoiadores do PSOL xingarem os pobres por não terem votado em Marcelo Freixo, o anúncio do tema da redação do Enem na página oficial do MEC no Facebook, “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, causou reações de intolerância religiosa daqueles que se dizem “tolerantes” e pedem “mais amor por favor” aos outros enquanto idolatram o “Deus Estado”.
O comentário mais curtido na página do MEC até o momento, feito por Érique Castro, mestrando da USP (Universidade de São Paulo), diz que “tirando esse congresso conservador já é um bom caminho” (para combater a intolerância religiosa), como se o Congresso brasileiro fosse conservador e estes não tivessem direito de representação democrática.
Outro comentário, de João Pedro, que se identifica como “engenheiro de memes”, diz que “o primeiro passo (para combater a intolerância religiosa) é tirar a bancada evangélica que influencia nas decisões do estado laico”, como se os evangélicos fossem serem inferiores, desprovidos de necessidade de representação democrática, e como se “estado laico” significasse estado ateu.
Outros comentários na página do MEC foram na mesma linha dos principais. Tays Neri, estudante da Universidade Federal da Bahia, disse que “(o combate à intolerância religiosa) pode começar com um Estado Laico de verdade”, confundindo mais uma vez os conceitos “laico” e “ateu”.
Já para Nando Sange, tenor do Coral Municipal do Guarujá e professor de música, o “(combate à intolerância religiosa começa por) tirar a bancada evangélica, respeitar as mães de santo, pais de santo, wiccanos, budistas e afins. Parar de generalizar, todo mundo pagar seus impostos direitinho e pararem de disseminar discurso de ódio em cultos religiosos.” Curiosamente, Nando acredita que somente as religiões que ele apoia devem ser respeitadas e que não se pode generaizar, mas que todos os evangélicos devem “ser tirados” do Congresso e “pararem de disseminar discurso de ódio”.
A intolerância religiosa contra os cristãos, sobretudo evangélicos, não ficou apenas na página do MEC no Facebook. No Twitter, outros adoradores do “Deus Estado” aproveitaram o tema para mostrar toda sua “tolerância”.
Para a estudante de engenharia química Jéssica Ambrosio, “evangélicos extremistas não passarão” (na redação do Enem). Juninho Clemente, o “Juninho da Bike”, foi no mesmo caminho de dizer que o fim da bancada evangélica é o caminho para acabar com a intolerância religiosa.