A paixão pela pesquisa e a preocupação com a saúde do pai incentivaram a jovem Maria Vitória Valoto, de 15 anos, moradora de Londrina (PR), a dedicar muito estudo e esforço a um projeto de iniciação científica. Com o projeto, ela tornou-se finalista da feira de ciências do Google, com premiação final marcada para setembro, na sede da empresa, na Califórnia.
Desde maio de 2015, Maria Vitória se dedica a um trabalho destinado a contribuir com a rotina das pessoas intolerantes à lactose. O dia a dia do pai, que sofre com o problema, inspirou a menina a buscar alternativas para a questão. “Hoje temos muitas alternativas no mercado para quem é intolerante (à lactose), mas são todos produtos caros. Eu queria desenvolver uma alternativa mais barata. Comecei a pensar e buscar na literatura um método que pudesse imobilizar a enzima lactase, através de uma microcápsula adicionada ao leite comum”, explica a estudante.
Maria Vitória explica que o método poderá substituir, por exemplo, a enzima líquida, que já é bastante utilizada. “Ao ser adicionada ao leite, ela não se dissolve, mas libera a enzima, funcionando em um sistema de ‘chave-fechadura’. Ela divide a molécula de lactose em glicose e galactose e na hora do consumo tem o mesmo efeito de uma pessoa que não é intolerante e toma o leite”, observa.
Ela ainda afirma que as cápsulas são reutilizáveis, podendo ser higienizadas e armazenadas na geladeira. “A princípio, ela pode ser utilizada durante sete dias, uma vez por dia”, diz.
O preço médio para o mercado, sem lucro, é de R$ 0,01, de acordo com a jovem pesquisadora. “A ideia é desenvolver sachês com 50 cápsulas cada. Todos terão condições de pagar e esse é o grande objetivo do projeto. Por isso, se der certo, gostaria de patenteá-lo para não perder o foco do baixo custo”, ressalta.
Maria Vitória é aluna do segundo ano do ensino médio do Colégio Interativa, em Londrina. O projeto está em estudo e ainda não há testes realizados em pacientes. “Esse, na verdade, será o próximo passo”, completa.