Oscar Pérez, o ex-inspetor da polícia científica venezuelana que em junho utilizou um helicóptero para atacar o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), voltou a aparecer na última segunda-feira (18).
Coordenado por Pérez, um grupo de 49 homens vestidos com roupas pretas conseguiu entrar em um quartel da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, a polícia militar) se identificando como funcionários da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), renderam todos os militares presentes e roubaram 26 fuzis AK-103, três pistolas 9mm PGP e mais de três mil munições.
Toda a ação foi filmada e disponibilizada no Twitter de Pérez. O grupo também teve tempo para destruir imagens dos ditadores Nicolás Maduro e Hugo Chávez e deixar a mensagem “Liberdade 350” na parede, em referência a um artigo da Constituição venezuelana: “o povo da Venezuela desconhecerá qualquer regime que contrarie os valores, princípios e garantias democráticas ou viole os direitos humanos”. De acordo com Pérez, a ação, chamada por ele de “Operação Gênesis”, foi uma “operação tática impecável onde recuperamos as armas do povo e para o povo”.
Ao saber do ataque, o ditador Nicolás Maduro ordenou que as Forças Armadas “mandem chumbo nos terroristas” e, revoltado, afirmou: “O que essas pessoas acham? Que podem atacar um núcleo das Forças Armadas, roubar uns fuzis e ameaçar a democracia e que isso será tolerado? (…) Tolerância zero, com a Constituição na mão!”. Maduro também culpou a Agência Central de Inteligência (CIA) americana pelo ataque.
Desde o ataque de Oscar Pérez e seu grupo em junho, a ditadura de Maduro busca capturá-lo vivo ou morto, oferecendo uma recompensa para quem possa fornecer informações sobre Pérez e seus homens. Na prática, o novo ataque mostra a vulnerabilidade do regime e a redução do seu controle sobre as Forças Armadas.