O novo Ministro da Cultura, Marcelo Calero, precisa se decidir: ou assume que a estrutura do ministério pertence à sociedade que a sustenta e cumpre seu dever de proteger o patrimônio ou admite que compactua com esse desvio de função.
O Teatro de Arena Eugênio Kusnet é parte integrante do patrimônio da Funarte (Fundação Nacional de Artes) mas está sendo “ocupado” por um grupo particular com interesses que, de forma alguma, coincidem com o dos contribuintes que sustentam o circo todo (com o perdão do trocadilho). Entre os dias 13 e 14 de junho, um movimento intitulado “Arte pela Democracia” ocupou o teatro com a desculpa de fazer campanha política contra o impeachment e a seguinte chamada:
Impeachment, Machistério Temerário Rasga os Direitos Humanos, Novelão dos Vazamentos da Lava Jato e Julgamento do STF. Estes são os quatro atos de um encontro-espetáculo que ocorre hoje (13/06) e amanhã (14/06) no Teatro Arena.
É preciso lembrar ao Ministério da Cultura e à Funarte (responsáveis pela conservação e pelas atividades desenvolvidas nos espaços que compõem sua estrutura) que não recebem bilhões de reais dos pagadores de impostos para compactuar ou fazer vista grossa com extremistas de esquerda, supostamente em nome do “respeito à pluralidade”. Se amanhã um grupo de liberais invadir o prédio da Receita Federal e decidir fazer campanha contra a cultura do imposto, eles também terão livre acesso às instalações e poderão usar o local como se fosse um espaço privado?