Em mais uma amostra de como o cinema brasileiro vive às custas do dinheiro dos pagadores de impostos e não tem a menor preocupação com o público que levará aos cinemas, o documentário “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil” captou 1,2 milhão de reais dos pagadores de impostos brasileiros por meio da lei de Audiovisual e ainda pode obter mais 1 milhão de reais para realizar um filme que não possui qualquer demanda pelo público: ficando apenas duas semanas em cartaz, o filme levou apenas 2720 pessoas aos cinemas.
A Lei do Audiovisual funciona por meio da “renúncia fiscal” de impostos que seriam pagos pelas empresas mas que são destinados a projetos selecionados pela Ancine, num modelo similar à Lei Rouanet. Na medida em que tais impostos já foram pagos pelos consumidores nos produtos e serviços consumidos destas empresas, se trata, na prática, de dinheiro dos pagadores de impostos destinado aos projetos de amigos do estado.
O documentário contou com a coprodução da Globo Filmes e leva o logo do canal de jornalismo das Organizações Globo, o GloboNews. Além disso, constam como únicos patrocinadores do documentário os bancos estatais BNDES e BRDE.