Utilizar o alho na alimentação se tornou um luxo na ditadura socialista da Venezuela. O quilo da planta na capital do país, Caracas, chega a custar 200 mil bolívares enquanto o salário mínimo do país atualmente está em 177 mil bolívares ($1,83 dólares pela taxa de câmbio paralelo, $50 dólares pelo câmbio do governo). Como resultado, os comerciantes locais têm picado o alho e vendido cada parte separadamente ao custo de 14 mil bolívares por quatro pedaços.
Para efeito de comparação, no Brasil – que está longe de ser plenamente capitalista – o quilo do alho custa, no máximo, R$ 14,42 (o que corresponde a 1,5% do valor atual do salário mínimo, R$ 937,00).
“Os preços subiram porque há pouca oferta. Sobraram poucos produtores. Não há fertilizante para manter a produção e o frete está custando 40 mil bolívares”, afirmou um comerciante da planta, Manuel dos Santos.
O alho não é o único produto agrícola que enfrentou aumento de preços graças a escassez gerada pelo socialismo. Uma cebola, por exemplo, é vendida por 45 mil bolívares nos mercados venezuelanos.
De acordo com dados da consultoria Ecoanalítica, graças à desenfreada impressão de dinheiro feita pela ditadura de Nicolás Maduro, a inflação na Venezuela pode chegar a 1400% em 2017, com queda de 14% do Produto Interno Bruto (PIB) em um ano.