As políticas liberais do governo de Mauricio Macri na Argentina devem impulsionar o crescimento da pecuária e levar as exportações de carne bovina do país a somarem 265 mil toneladas em equivalente carcaça (TEC) este ano. A estimativa é do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). Se este volume for confirmado, será o maior desde 2011 e representará avanço de 42,5% em relação a 2015 (186 mil TEC).
Desde que assumiu a presidência, em novembro do ano passado, Macri adotou uma série de medidas para liberar o mercado como a redução de impostos de exportação e a desvalorização do peso argentino. De acordo com os dados do USDA, em 2005, a Argentina foi o terceiro principal exportador de carne bovina do mundo, com 762 mil TEC. Já em 2014, o país recuou para a décima posição, com 197 mil TEC. Neste intervalo, o rebanho cresceu 1,3 milhão de cabeças, mas teve uma redução significativa entre 2010 e 2011 em razão das políticas locais e de uma severa estiagem.
Em relação ao trigo, a Argentina pretende exportar para o Brasil entre 3 e 4 milhões de toneladas de trigo em 2016 e chegar a 6 milhões de toneladas em 2017, na estimativa do presidente da Associação Argentina da Indústria Moageira (Faim), Diego Cifareli. Cifareli estima que, na temporada 2016/17, cujo plantio começa a partir de maio, os produtores argentinos devem expandir a área cultivada com o cereal entre 20% e 30% em relação aos cerca de 3,6 milhões de hectares atuais, para uma área de 4,2 milhões a até 4,5 milhões de hectares. A produção, que na temporada 2015/16 chegou a 11 milhões de toneladas de trigo, em 2016/17 pode alcançar de 15 milhões a 16 milhões de toneladas, das quais entre 5 milhões e 7 milhões tendem a ser exportados – a maior parte, para o Brasil.