Nunca é suficiente repetir que o estado é uma instituição autocrática, que mesmo em regime democrático, tem como objetivo o controle absoluto e total sobre os indivíduos. Veja o projeto de lei PLS 350/2014, de autoria da senadora Lúcia Vânia, que tem a intenção de restringir práticas de modificação corporal dos cidadãos.
O objetivo deste projeto é tornar obrigatória a execução de qualquer tipo de modificação corporal, por um médico. Como toda norma tendenciosa e autoritária, o texto é em grande parte genérico e repleto de brechas, que leva a incluir práticas simples como a tatuagem e piercing. É um enorme ingerência no corpo alheio, pois uma mudança deste tipo pode criminalizar enfermeiros e diversos profissionais da área de saúde, além de toda a população, que terá dificuldades no acesso a uma série de serviços que hoje são realizados por outros profissionais, como farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, odontólogos, fisioterapeutas, biomédicos, entre outros.
O artigo 4º é o que elenca as atividades privativas ao médico e caso o PL seja aprovado pelo poder legislativo, serão incluídos procedimentos como invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos; a invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos.
Impostos retiram boa parte daquilo que você produz e projetos de lei como este, pretendem retirar do seu domínio, seu bem mais precioso.