No último domingo (11), foi realizado um plebiscito consultivo em Porto Rico com 97,2% do resultado favorável à incorporação do país aos EUA, apenas 1,5% favorável a uma declaração de independência e 1,3% favorável ao status atual de Estado Livre Associado (ELA). Apesar do boicote promovido por partidos opostos à mudança (apenas 23% dos eleitores compareceram às urnas), Ricardo Rousselló Nevares, o governador da antiga colônia espanhola, prometeu defender em Washington D.C. e nos fóruns internacionais a vontade dos eleitores.
No referendo anterior, realizado em 2012, a maioria da população já demonstrava ser favorável à anexação. A economia da ilha, antes baseada na isenção fiscal às empresas que lá se estabeleciam, está em crise há uma década graças à extinção das isenções em 2006.
Atualmente, 46% dos seus 3,5 milhões de habitantes vivem na pobreza. A dívida do país é de mais de 70 bilhões de dólares e o governo dos EUA passou a supervisionar as finanças de Porto Rico sem demonstrar grande interesse em resgatar o território, afinal, ele não é propriamente um estado da união. Quase 95% da população porto-riquenha fala espanhol, sendo que 27% da população é estrangeira: cubanos e dominicanos são os mais abundantes, seguidos por venezuelanos, haitianos, mexicanos e espanhóis.
O direito à autodeterminação, no sentido de filiação a um estado, tem sua origem no pensamento liberal e significa a liberdade para que os habitantes de um determinado território (seja vila, bairro, cidade, distrito, estado ou territórios adjacentes) declarem, por meio de plebiscito livremente conduzido, que desejam se tornar independentes do estado a que pertencem atualmente e formar um novo estado ou tornar-se parte de outro estado.